domingo, 21 de abril de 2013

Catequese - IV Domingo da Páscoa - Bom Pastor


Homilia de Dom Henrique Soares da Costa 
IV Domingo da Páscoa
Evangelho (João 10,27-30)

Disse Jesus: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um”. 


Sou Bom Pastor Ovelhas Guardarei!
Louvado Seja o Nosso Senhor Jesus Cristo



Neste Quarto Domingo da Páscoa a Igreja sempre nos faz escutar algum trecho do capítulo dez do Evangelho de São João. Aí Jesus se nos apresenta como a porta do redil das ovelhas e como o bom pastor. Por isso mesmo, este Domingo é chamado comumente de Domingo do Bom Pastor; é também dia de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. Rezemos hoje para que muitos jovens escutem o chamado do Senhor e, em meios às vicissitudes da vida, em meio aos escândalos reais ou forjados por uma imprensa porca num mundo hipócrita, saibam os que foram chamados ao sacerdócio e à vida religiosa dizerem um “sim” generoso, cheio de total confiança no Senhor e de amor à Igreja, nossa Mãe católica, santa Esposa do Cordeiro. Que nossos jovens descubram a beleza indizível de ser padre, de ser outro Cristo, de ser homem de Deus, presença de Jesus Cristo entre os irmãos: Cristo que dá vida no Batismo, que perdoa na Confissão, Cristo que santifica o amor humano no Matrimônio, que conforta na doença pela Unção dos Enfermos, Cristo que se oferece como sacrifício ao Pai e alimento aos irmãos na Eucaristia! Ser padre: ser no mundo sinal de Cristo, presença de Cristo que aconselha, que acolhe, que socorre, que exerce a misericórdia, que mostra o caminho! Que muitos jovens possam, sem medo e sem divisão de coração, consagrar toda a vida a Jesus pelo celibato fiel e generosamente vivido, sendo sinal do mundo que há devir, quando nem eles se casam nem elas se dão em casamento! Rezemos, caríssimos meus no Senhor, rezemos pelas vocações: que o Senhor nos envie os padres santos e sábios de que a Igreja tanto precisa: homens totalmente para Deus, homens totalmente para os irmãos, homens que tenham profunda consciência da santidade do sacerdócio, homens fidelíssimos a Cristo e à sua Igreja católica, homens de plena e leal comunhão e obediência em relação ao Santo Padre o Papa! Eis os padres que agradam a Deus, eis os padres de que a Igreja precisa, eis os padres que orgulham o Povo de Deus, eis os padres que serão sinais de Cristo luz do mundo!

E agora, irmãos caríssimos, tomemos a Palavra de Deus deste domingo. Partamos da segunda leitura, da belíssima e consoladora visão que o Apocalipse nos proporciona: uma multidão imensa de todos os povos e nações vestida do branco da imortalidade, da glória, da vida divina, tendo nas mãos palmas de vitória no combate por Cristo... Que visão estupenda: são os santos no céus, aqueles dentre nossos irmãos que nesta vida combateram o combate da vida, foram fieis à graça do santo Batismo e agora, chegados do combate terminado, estão diante do trono do Pai na glória do Cordeiro imolado e ressuscitado! Eis, meus caros, a nossa vocação, eis o fim do nosso caminho, eis o destino a que somos chamados: agora o combate, depois a vitória; agora as duras lutas da vida, sustentando o santo nome de Jesus, depois, a palma da vitória, a graça de ser eternamente abrigado na tenda do coração do Pai e aí, consolados pelo santo Espírito que Jesus nos deu e que nos glorificará para sempre, nunca mais ter fome ou sede, nunca mais chorar, nunca mais sentir o calor ardente! Eis, amados no Senhor, o consolo supremo, o céu a que tanto aspiramos: ter eternamente o Cristo que por nós morreu como Pastor, ter nossas lágrimas secadas por ele que nos dará a beber do Espírito consolador, rio de água viva que jorra para a vida eterna!

Mas, tudo isto – que é a herança prometida, a recompensa oferecida –, tudo isto somente será possível se formos já agora, sinceramente, eficazmente, efetivamente, ovelhas do Bom Pastor. Será que somos? Eis os sinais de que somos verdadeiramente suas ovelhas, escutemos o que diz o Salvador: “Minhas ovelhas escutam a minha voz e eu as conheço e elas me seguem!” Escutar Jesus, de tal modo a ser íntimo dele, por ele conhecido; tendo escutado Jesus, seguir Jesus, nossos passos nos seus passos, nosso caminho no seu caminho... Estes, que são ovelhas de Jesus Bom Pastor, já agora recebem a vida do Cordeiro imolado, vida dada na água Batismo e no sangue da Eucaristia! Estes, do rebanho de Cristo não se perderão, pois uma vez amados pelo Senhor, uma vez ouvindo-o e seguindo-o, ninguém os arrancará das mãos do Pai, aquele mesmo cujo amor Jesus revelou, pois que é um só Deus com ele!

Assim, coragem, meus caros em Cristo! Os tempos não são fáceis! Estão aí as velhas lutas interiores contra nossas más tendências, contra nossos desânimos, contra nossas friezas, contra nossas covardias; estão aí as velhas perseguições, travestidas de novas formas, mas sempre com o mesmo intuito jamais conseguido, jamais alcançado: silenciar a Igreja, enfraquecê-la, destruí-la. Na primeira leitura deste hoje escutamos onde o amor de Paulo e Barnabé os levaram: ao centro da Ásia Menor, ao planalto central da Anatólia, atravessando caminhos tão inóspitos, enfrentando a ameaça de ladrões e animais selvagens, cortando as altíssimas montanhas do Tauro! O amor a Jesus, caríssimos, onde nos pode levar, quão longe nos pode conduzir! Um amor que não mova, que não desinstale, que não faça seguir, não é amor! Eis Paulo e Barnabé tão longe da pátria, por amor! Eis Paulo e Barnabé enfrentando a má vontade dos judeus e as perseguições por amor! Eis Paulo e Barnabé com os demais irmãos em Cristo cheios de alegria no Espírito Santo por conhecerem Jesus, por ouvirem-no, por segui-lo, por serem por ele conhecidos! Eis Paulo e Barnabé, eis tantos cristãos de tantas épocas diante do trono e do Cordeiro, consolados e transfigurados em glória no Reino dos céus!

Irmãos amados, agora é a nossa vez! Fixemos o olhar em Cristo ressuscitado, o Bom Pastor que deu a vida pelas ovelhas e quis morrer pelo rebanho! Nunca esqueçamos que temos a cada dia uma decisão a tomar: ouvir ou não o Senhor, seguir ou não o Senhor, acolher ou não o Salvador! Se o acolhermos de verdade experimentaremos a alegria daqueles pagãos da Anatólia e bendiremos a Deus. Se não abrirmos para Cristo o nosso coração, restar-nos-á a secura de uma vida vivida somente para nós, uma vida sem a luz e a suavidade do Senhor agora e pela eternidade! Caríssimos, não tenhamos medo de nossas fraquezas, dos momentos de dificuldades. Recordemo-nos que, na leitura do Apocalipse que escutamos, as vestes dos vitoriosos no céu não estão limpas porque eles nunca caíram, não estão limpas porque eles foram super heróis. Nada disso! Estão limpas aquelas vestes porque eles tiveram a coragem de crer no amor redentor de Cristo e, assim, lavaram e alvejaram as vestimentas batismais no sangue do Cordeiro! Sangue bendito, este, que não encarde, mas alveja! Que o precioso sangue de Cristo, Cordeiro imolado e ressuscitado, nos dê esperança, nos purifique dos pecados e nos leve à vida eterna com os eleitos dos céus. Amém!

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