quarta-feira, 27 de março de 2013

Liturgia do Ofício das Trevas - Quarta feira Santa


Este  ofício  é  a  recitação  do  Ofício  de  Leituras  combinado com Laudes.  No  centro  do  local  onde  se  celebra  o  Ofício  das  Trevas, coloca-se  ambão,  de  onde  se  dirá  os  salmos,  leituras  e orações. O presbítero sentará na sede. O  candelabro  de  trevas,  constando  de  quinze  velas,  é colocado  em  frente  ao  altar,  à  sua  direita.  Essas  velas serão  apagadas,  aos  poucos,  durante  o  rito.  Além  do candelabro  de  trevas,  seis  velas  podem  estar  acesas  no altar,  como  se  faz  durante  a  Missa  Solene,  e  serão apagadas  durante  o  Benedictus.  Um  apagador  de  velas  é colocado perto do candelabro de trevas. 

Dando  início  à  celebração,  os  clérigos,  cerimoniários, acólitos  e  cantores  ou  coro  entram  em  silêncio  e reverência,  de  forma  processional,  vindo  o  celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão para seus lugares.  Para a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o  apagador,  reverencia  o  altar  e  vai  ao  candelabro  para cumprir sua função.   No invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces  e  na  oração,  bem  como  na  despedida,  todos permanecem  de  pé.  Nos  salmos  e  leituras,  permanecem sentados,  exceto  quem  lê  ou  entoa  o  salmo.  Durante  a frase  que  substitui  o responsório  breve  das  Laudes,  todos se  ajoelham,  bem  como  no  momento  apropriado  no Evangelho. No invitatório, faz-se o sinal-da-cruz na boca, e no Benedictus e na bênção, o grande sinal-da-cruz. 


  
Invitatório
 V: † Abri os meus lábios, ó Senhor.
R: E minha boca anunciará vosso louvor.
Salmo 94 (95)
Convite ao louvor de Deus 
Animai-vos uns aos outros, dia após dia,
enquanto ainda se disser ‘hoje’. (Hb 3,13)
 
Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Vinde, exultemos de alegria no Senhor; * 
aclamemos o rochedo que nos salva.
Ao seu encontro caminhemos com louvores,  
e com cantos de alegria o celebremos!

Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.
 
Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *
o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram.
 
Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Vinde adoremos e protremo-nos por terra, * 
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! 
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, † 
e nós somos o seu povo e seu rebanho, * 
as ovelhas que conduz com sua mão.
 
Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.
 
Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †
"Não fecheis os corações como em Meriba, *
como em Massa, no deserto, aquele dia, 
em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras. "
 
Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Quarenta anos desgostou-me aquela raça, † 
e eu dise: "Eis um povo transviado, *
seu coração não conheceu os meus caminhos!" 
E por isso lhes jurei na minha ira: * 
"Não entrarão no meu repouso prometido! "
 
Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
 
Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.
 
Ofício de Leituras
HINO
 
1 O fel lhe dão por bebida
sobre o madeiro sagrado.
Espinhos, cravos e a lança
ferem seu corpo e seu lado.
No sangue e água que jorram,
mar, terra e céu são lavados.

2 Ó Cruz fiel, sois a árvore
mais nobre em meio às demais,
que selva alguma produz
com flor e frutos iguais.
Ó lenho e cravos tão doces,
um doce peso levais.

3 Árvore, inclina os teus ramos,
abranda as fibras mais duras.
A quem te fez germinar
minora tantas torturas.
Leito mais brando oferece
ao Santo Rei das alturas.

4 Só tu, ó Cruz, mereceste
suster o preço do mundo
e preparar para o náufrago
um porto, em mar tão profundo.
Quis o Cordeiro imolado
banhar-te em sangue fecundo.

5 Glória e poder à Trindade.
Ao Pai e ao Filho, louvor.
Honra ao Espírito Santo.
Eterna glória ao Senhor,
que nos salvou pela graça
e nos remiu pelo amor.
 
SALMODIA
 
Ant.  1  Os  reis  de  toda  a  terra  se  reúnem  e conspiram  os  governos  todos  juntos  contra  o Deus onipotente e o seu Ungido. 
 
Salmo 2 
O Messias rei e vencedor
Uniram-se contra Jesus, teu santo servo, a quem
ungiste (At 4,27).
 
Por que os povos agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos? 
Por que os reis de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido? 
 
“Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!” 
Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente. 
Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz: 
 
“Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!” 
O decreto do Senhor promulgarei, †
foi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei! – 
 
Podes pedir-me, e em resposta eu te darei †
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio. 
Com cetro férreo haverás de dominá-los, *
e quebrá-los como um vaso de argila!” 
 
E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição: 
Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito! 
 
Se o irritais, perecereis pelo caminho, *
pois depressa se acende a sua ira! 
– Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor! 
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
 
Ant.  Os  reis  de  toda  a  terra  se  reúnem  e conspiram  os  governos  todos  juntos  contra  o Deus onipotente e o seu Ungido. 
 
Apagam-se as duas velas mais ao extremo do candelabro de trevas.
 
Ant. 2  Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica.
 
Salmo 21(22),2-23 [24-32]
 
Meu Deus, meu Deus, por que me
abandonastes? *
E ficais longe de meu grito e minha prece?
Ó meu Deus, clamo de dia e não me ouvis, *
clamo de noite e para mim não há resposta!
 
Vós, no entanto, sois o santo em vosso Templo, *
que habitais entre os louvores de Israel.
Foi em vós que esperaram nossos pais; *
esperaram e vós mesmo os libertastes.
Seu clamor subiu a vós e foram salvos; *
em vós confiaram e não foram enganados.
 
Quanto a mim, eu sou um verme e não um
homem; *
sou o opróbrio e o desprezo das nações.
Riem de mim todos aqueles que me vêem, *
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
“Ao Senhor se confiou, ele o liberte *
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
 
Desde a minha concepção me conduzistes, *
e no seio maternal me agasalhastes.
Desde quando vim à luz vos fui entregue; *
desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus!
Não fiqueis longe de mim, porque padeço; *
ficai perto, pois não há quem me socorra!
 
Por touros numerosos fui cercado, *
e as feras de Basã me rodearam;
escancararam contra mim as suas bocas, *
como leões devoradores a rugir.
 
Eu me sinto como a água derramada, *
e meus ossos estão todos deslocados;
como a cera se tornou meu coração, *
e dentro do meu peito se derrete.
 
Minha garganta está igual ao barro seco, †
minha língua está colada ao céu da boca, *
e por vós fui conduzido ao pó da morte!
Cães numerosos me rodeiam furiosos, *
e por um bando de malvados fui cercado.
 
Transpassaram minhas mãos e os meus pés *
e eu poso contar todos os meus ossos.
Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! †
Eles repartem entre si as minhas vestes *
e sorteiam entre si a minha túnica.
 
Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, *
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
Da espada libertai a minha alma, *
e das garras desses cães, a minha vida! 
 
Arancai-me da goela do leão, *
e a mim tão pobre, desses touros que me
atacam!
Anunciarei o vosso nome a meus irmãos *
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
 
Esta última parte do salmo é facultativa.
 
Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe
louvores; †
glorificai-o, descendentes de Jacó, *
e respeitai-o toda a raça de Israel!
Porque Deus não desprezou nem rejeitou *
a miséria do que sofre sem amparo;
não desviou do humilhado a sua face, *
mas o ouviu quando gritava por socorro.
 
Sois meu louvor em meio à grande assembléia; *
cumpro meus votos ante aqueles que vos
temem!
Vosos pobres vão comer e saciar-se, †
e os que procuram o Senhor o louvarão; *
“Seus corações tenham a vida para sempre!”
 
Lembrem-se disso os confins de toda a terra, *
para que voltem ao Senhor e se convertam,
e se prostrem, adorando, diante dele *
todos os povos e as famílias das nações.
 
Pois ao Senhor é que pertence a realeza; *
ele domina sobre todas as nações.
Somente a ele adorarão os poderosos, *
e os que voltam para o pó o louvarão.
Para ele há de viver a minha alma, *
toda aminha descendência há de servi-lo;
 
às futuras gerações anunciará *
o poder e a justiça do Senhor;
ao povo novo que há de vir, ela dirá: *
“Eis a obra que o Senhor realizou!”
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
 
Ant.  Eles  repartem  entre  si  as  minhas  vestes  e sorteiam entre si a minha túnica.
 
Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
 
Ant.  3  Os  que  buscam  matar,  me  perseguem  e procuram tirar minha vida.
 
Salmo 37(38)
 
Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; *
corrigi-me, mas não com furor!
 
Vossas flechas em mim penetraram; *
vossa mão se abateu sobre mim.
Nada resta de são no meu corpo, *
pois com muito rigor me tratastes!
 
Não há parte sadia em meus ossos, *
pois pequei contra vós, ó Senhor!
Meus pecados me afogam e esmagam, *
como um fardo pesado me oprimem.
 
Cheiram mal e supuram minhas chagas *
por motivo de minhas loucuras.
Ando triste, abatido, encurvado, *
todo o dia afogado em tristeza.
 
As entranhas me ardem de febre, *
já não há parte sã no meu corpo.
Meu coração grita e geme de dor, *
esmagado e humilhado demais.
 
Conheceis meu desejo, Senhor, *
meus gemidos vos são manifestos;
bate rápido o meu coração, †
minhas forças estão me deixando, *
e sem luz os meus olhos se apagam.
 
Companheiros e amigos se afastam, †
fogem longe das minhas feridas; *
meus parentes mantêm-se à distância.
 
Armam laços os meus inimigos, *
que procuram tirar minha vida;
os que buscam matar-me ameaçam *
e maquinam traições todo o dia.
 
Eu me faço de surdo e não ouço, *
eu me faço de mudo e não falo;
semelhante a alguém que não ouve *
e não tem a resposta em sua boca.
 
Mas, em vós, ó Senhor, eu confio, *
e ouvireis meu lamento, ó meu Deus!
Pois rezei: “Que não zombem de mim, *
nem se riam, se os pés me vacilam!”
 
Ó Senhor, estou quase caindo, *
minha dor não me larga um momento!
Sim, confesso, Senhor, minha culpa: *
meu pecado me aflige e atormenta.
 
São bem fortes os meus adversários †
que me vêm atacar sem razão; *
quantos há que sem causa me odeiam!
Eles pagam o bem com o mal, *
porque busco o bem, me perseguem.
 
Não deixeis vosso servo sozinho, *
ó meu Deus, ficai perto de mim!
Vinde logo trazer-me socorro, *
porque sois para mim salvação!
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
 
Ant.  Os  que  buscam  matar,  me  perseguem  e procuram tirar minha vida.
 
Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
 
V. As falsas testemunhas se ergueram.
R. E vomitam violência contra mim.
 
PRIMEIRA LEITURA
Leitura da Carta de São Paulo aos Hebreus 9,11-28

Cristo, sumo sacerdote, com o seu próprio sangue, entrou no Santuário uma vez por todas
 Irmãos:  Cristo  veio  como  sumo-sacerdote  dos bens futuros. Através de uma tenda maior e mais perfeita,  que não é obra de mãos humanas, isto é,  que  não  faz  parte  desta  criação,  e  não  com  o sangue  de  bodes  e  bezerros,  mas  com  o  seu próprio sangue, ele entrou no Santuário uma vez por  todas,  obtendo  uma  redenção  eterna.  De fato, se o sangue de bodes e touros, e a cinza de novilhas  espalhada  sobre  os  seres  impuros  os santifica  e  realiza  a  pureza  ritual  dos  corpos, quanto  mais  o  Sangue  de  Cristo,  purificará  a nossa  consciência  das  obras  mortas,  para servirmos  ao  Deus  vivo,  pois,  em  virtude  do espírito  eterno,  Cristo  se  ofereceu  a  si  mesmo  a Deus como vítima sem mancha. Por  isso,  ele  é  mediador  de  uma  nova  aliança. Pela  sua  morte,  ele  reparou  as  transgressões cometidas  no  decorrer  da  primeira  aliança.  E, assim,  aqueles  que  são  chamados  recebem  a promessa  da  herança  eterna.  Onde  existe testamento,  é  preciso  que  seja  constatada  a morte  de  quem  fez  o  testamento.  Pois  um testamento só tem valor depois da morte, e não tem  efeito  nenhum  enquanto  ainda  vive  aquele que  fez  o  testamento.  Por  isso,  nem  mesmo  a primeira  aliança  foi  inaugurada  sem  sangue. Quando  anunciou  a  todo  o  povo  cada  um  dos mandamentos  da  Lei,  Moisés  tomou  sangue  de novilhos e bodes, junto com água, lã vermelha e um  hissopo.  Em  seguida,  aspergiu  primeiro  o próprio  livro  e  todo o povo, e disse: “Este é o sangue da aliança que Deus faz convosco”. Do mesmo  modo,  aspergiu  com  sangue  também  a Tenda  e  todos  os  objetos  que  serviam  para  o culto.  E  assim,  segundo  a  Lei,  quase  todas  as coisas  são  purificadas  com  sangue,  e  sem derramamento de sangue não existe perdão. Portanto,  as  cópias  das  realidades  celestes tinham  que  ser  purificadas  dessa  maneira;  mas as  próprias  realidades  celestes  devem  ser purificadas  com  sacrifícios  melhores.  De  fato, Cristo  não  entrou  num  santuário  feito  por  mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor. E não foi para se oferecer a  si  muitas  vezes,  como  o  sumo-sacerdote  que,cada ano, entra no Santuário com sangue alheio. Porque,  se  assim  fosse,  deveria  ter  sofrido muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas foi  agora,  na  plenitude  dos  tempos,  que,  uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. O destino de todo homem é morrer uma só vez, e depois vem o julgamento. Do mesmo modo, também Cristo, oferecido  uma  vez  por  todas,  para  tirar  os pecados  da  multidão,  aparecerá  uma  segunda vez,  fora  do  pecado,  para  salvar  aqueles  que  o esperam.
 
RESPONSÓRIO Cf. Is 53,7.12
 
R. Foi levado como ovelha ao matadouro; e,
maltratado, não abriu a sua boca; * Foi
condenado para a vida de seu povo.
V. Ele próprio entregou a sua vida e deixou-se
colocar entre os facínoras. * Foi condenado.
 
Apaga-se a próxima vela, à esquerda, no
candelabro de trevas.
 
SEGUNDA LEITURA
Das Catequeses de São João Crisóstomo, bispo
(Cat. 3,13-19: SCh 50,174-177)
(Séc.IV)
O poder do sangue de Cristo
 
Queres  conhecer  o  poder  do  sangue  de  Cristo? Voltemos  às  figuras  que  o  profetizaram  e recordemos  a  narrativa  do  Antigo  Testamento: Imolai,  disse  Moisés,  um  cordeiro  de  um  ano  e marcai  as  portas  com  o  seu  sangue  (cf.  Ex  12,6-7). Que dizes, Moisés? O sangue de um cordeiro tem  poder  para  libertar  o  homem  dotado  de razão?  É  claro  que  não,  responde  ele,  não porque  é  sangue,  mas  por  ser  figura  do  sangue do  Senhor.  Se  agora  o  inimigo,  ao  invés  do sangue  simbólico  aspergido  nas  portas,  vir brilhar  nos  lábios  dos  fiéis,  portas  do  templo dedicado  a  Cristo,  o  sangue  verdadeiro,  fugirá ainda mais para longe. Queres  compreender  mais  profundamente  o poder deste sangue? Repara de onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da  própria  cruz,  e  a  sua  origem  foi  o  lado  do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na  cruz,  diz  o  evangelista,  um  soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia.  O  soldado,  traspassando-lhe  o  lado, abriu uma  brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro, alegro-me por  ter  achado  riquezas  extraordinárias.  Assim aconteceu  com  este  cordeiro.  Os  judeus mataram  um  cordeiro  e  eu  recebi  o  fruto  do sacrifício. De  seu  lado  saiu  sangue  e  água  (Jo  19,34).  Não quero,  querido  ouvinte,  que  trates  com superficialidade  o  segredo  de  tão  grande mistério.  Falta-me  ainda  explicar-te  outro significado  místico  e  profundo.  Disse  que  esta água e este sangue são símbolos do batismo e da eucaristia.  Foi  destes  sacramentos  que  nasceu  a santa  Igreja,  pelo  banho  da  regeneração  e  pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois  Cristo  formou  a  Igreja  de  seu  lado traspassado,  assim  como  do  lado  de  Adão  foi formada Eva, sua esposa. Por  esta  razão,  a  Sagrada  Escritura,  falando  do primeiro homem, usa a expressão osso dos meus ossos e carne da minha carne (Gn 2,23), que São Paulo  refere,  aludindo  ao  lado  de  Cristo.  Pois assim  como  Deus  formou  a  mulher  do  lado  do homem,  também  Cristo,  de  seu  lado,  nos  deu  a água  e  o  sangue  para  que  surgisse  a  Igreja.  E assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele  dormia,  também  Cristo  nos  deu  a  água  e  o sangue durante o sono de sua morte. Vede  como  Cristo  se  uniu  à  sua  esposa,  vede com que alimento nos sacia. Do mesmo alimento nos  faz  nascer  e  nos  nutre.  Assim  como  a mulher,  impulsionada  pelo  amor  natural, alimenta com o próprio  leite e o próprio sangue o  filho  que  deu  à  luz,  também  Cristo  alimenta sempre com o seu sangue aqueles a quem deu o novo nascimento.
 
RESPONSÓRIO Cf. 1Pd 1,18-19; Ef 2,18; 1Jo 1,7
 
R.  Não  foi  nem  com  ouro  nem  prata  que  fostes
remidos, irmãos; mas sim pelo sangue precioso
de Cristo, o Cordeiro sem mancha. * Por ele nós
temos acesso num único Espírito ao Pai.

V. O sangue do Filho de Deus nos lava de todo
pecado. * Por ele.
 
Apaga-se a próxima vela, à direita, no candelabro de trevas.
 
CÂNTICOS PARA AS VIGÍLIAS
 
Antífona:  Do  lado  do  Senhor  crucificado,  depois de  aberto  pela  lança  do  soldado,  logo  saiu sangue e água para remir-nos. 

Cântico I - Jr 14,17-21
Lamentação em tempo de fome e de guerra
O Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e
crede no Evangelho! (Mc 1,15).
 
Os meus olhos, noite e dia, *
chorem lágrimas sem fim;
pois sofreu um golpe horrível, †
foi ferida gravemente *
a virgem filha do meu povo!
 
Se eu saio para os campos, *
eis os mortos à espada;
se eu entro na cidade, *
eis as vítimas da fome!
 
Até o profeta e o sacerdote †
perambulam pela terra *
sem saber o que se passa.
Rejeitastes, por acaso, *
a Judá inteiramente?
 
Por acaso a vossa alma *
desgostou-se de Sião?
Por que feristes vosso povo *
de um mal que não tem cura?
 
Esperávamos a paz, *
e não chegou nada de bom;
e o tempo de reerguer-nos, *
mas só vemos o terror!
 
Conhecemos nossas culpas †
e as de nossos ancestrais, *
pois pecamos contra vós!
Por amor de vosso nome, *
ó Senhor, não nos deixeis!
 
Não deixeis que se profane *
vosso trono glorioso!
Recordai-vos, ó Senhor! *
Não rompais vossa Aliança!
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Cântico II – Ez 36,24-28
Deus renovará o seu povo
Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará
com eles (Ap 21,3).
 
Haverei de retirar-vos do meio das nações, †
haverei de reunir-vos de todos os países, *
e de volta eu levarei todos vós à vossa terra.
Haverei de derramar sobre vós uma água pura, †
e de vossas imundícies sereis purificados; *
sim, sereis purificados de toda a idolatria.
 
Dar-vos-ei um novo espírito e um novo coração; †
tirarei de vosso peito este coração de pedra, *
no lugar colocarei novo coração de carne.
Haverei de derramar meu Espírito em vós †
e farei que caminheis obedecendo a meus
preceitos, *
que observeis meus mandamentos e guardeis a
minha Lei.
 
E havereis de habitar aquela terra prometida, †
que nos tempos do passado eu doei a vossos
pais, *
e sereis sempre o meu povo e eu serei o vosso
Deus!
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
 
Cântico III – Lm5,1-7.15-17.19-21
Oração na tribulação
Em toda parte e sempre levamos em nós mesmos
os sofrimentos mortais de Jesus, para que
também a vida de Jesus seja manifestada em
nossa frágil natureza (2Cor 4,10).
 
Senhor, lembrai-vos do que nos sucedeu, *
olhai e vede a nossa humilhação!
Nossa herança ficou com estrangeiros, *
nossas casas passaram a mãos estranhas!
 
Somos órfãos, pois já não temos pai, *
nossas mães se tornaram quais viúvas!
Nossa água, compramos por dinheiro, *
nossa lenha nos custa um alto preço!


Perseguidos, com a canga no pescoço, *
sem repouso, estamos esgotados!
Ao Egito e à terra dos Assírios *
estendemos a mão para ter pão.
 
Pecaram os pais, já não existem; *
levamos as culpas dos seus crimes.
A alegria fugiu dos corações, *
converteu-se em luto a nossa dança!
 
A coroa caiu-nos da cabeça, *
infelizes de nós, porque pecamos!
Amargurou-se o nosso coração, *
nossos olhos estão anuviados!
 
Ó Senhor, vós reinais eternamente, *
vosso trono perdura para sempre!
Por que persistir em esquecer-nos? *
Por que, para sempre, abandonar-nos?
 
Convertei-nos a vós e voltaremos, *
renovai nossos dias, como outrora!
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
 
Ant.  Do  lado  do  Senhor  crucificado,  depois  de aberto pela lança do soldado, logo saiu sangue e água para remir-nos. 
 
EVANGELHO PARA AS VIGÍLIAS

Paixão  de  nosso  Senhor  Jesus  Cristo  segundo
Mateus 27,1-2.11-56
 
Tu és o rei dos judeus?

 De  manhã  cedo,  todos  os  sumos  sacerdotes  e os  anciãos  do  povo  convocaram  um  conselho contra  Jesus,  para  condená-lo  à  morte.   Eles  o amararam, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador.  Jesus foi posto diante do governador, e este o interrogou:  “Tu  és  o  rei  dos  judeus?”  Jesus declarou: “É como dizes”,  e  nada  respondeu, quando  foi  acusado  pelos  sumos  sacerdotes  e anciãos.   Então Pilatos perguntou:“Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?”  Mas Jesus  não  respondeu  uma    palavra,  e  o governador  ficou  muito  impressionado.  Na festa  da  Páscoa,  o  governador  costumava  soltar o prisioneiro que a multidão quisesse.  Naquela ocasião,  tinham  um  prisioneiro  famoso, chamado  Barrabás.  Então  Pilatos  perguntou  à multidão reunida: “Quem vós quereis que eu solte:  Barrabás,  ou  Jesus,  a  quem  chamam  de Cristo?”   Pilatos  bem  sabia  que  eles  haviam entregado Jesus por inveja.   Enquanto  Pilatos  estava  sentado  no  tribunal, sua mulher mandou dizer a ele: “Não te envolvas com  esse  justo!  porque  esta  noite,  em  sonho, sofri muito por causa dele.”  Porém,  os  sumos sacerdotes  e  os  anciãos  convenceram  as multidões  para  que  pedissem  Barrabás  e  que fizessem  Jesus  morrer.   O governador  tornou  a perguntar: “Qual dos dois quereis que eu solte?” Eles gritaram: “Barrabás.”   Pilatos  perguntou: “Que farei com  Jesus, que chamam de Cristo?” Todos  gritaram:  “Seja  crucificado!”  Pilatos falou:  “Mas,  que  mal  ele  fez?”  Eles,  porém, gritaram com mais força: “Seja crucificado!”   Pilatos  viu  que  nada  conseguia  e  que  poderia haver  uma  revolta.  Então  mandou  trazer  água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: “Eu não  sou  responsável  pelo  sangue  deste  homem. Este  é  um  problema  vosso!”  O  povo  todo respondeu: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”.   Então  Pilatos  soltou Barrabás,  mandou  flagelar  Jesus,  e  entregou-o para ser crucificado. Salve, rei dos judeus!   Em  seguida,  os  soldados  de  Pilatos  levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a  tropa  em  volta  dele.   Tiraram  sua  roupa  e  o vestiram  com  um  manto  vermelho;    depois teceram  uma  coroa  de  espinhos,  puseram  a coroa  em  sua  cabeça,  e  uma  vara  em  sua  mão direita.  Então  se  ajoelharam  diante  de  Jesus  e zombaram, dizendo: “Salve, rei dos  judeus!” Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça.  Depois de zombar dele, tiraram-lhe o  manto  vermelho  e,  de  novo,  o  vestiram  com suas  próprias  roupas.  Daí  o  levaram  para crucificar. Com ele crucificaram dois ladrões   Quando  saíam,  encontraram  um  homem chamado  Simão,  da  cidade  de  Cirene,  e  o obrigaram  a  carregar  a  cruz  de  Jesus. chegaram  a  um  lugar  chamado  Gólgota,  que quer  dizer “lugar de caveira”.   Ali  deram  vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber.   Depois de  o crucificarem, fizeram  um  sorteio,  repartindo  entre  si  as  suas vestes.   E  ficaram  ali  sentados,  montando guarda.   Acima  da  cabeça  de  Jesus  puseram  o motivo da sua condenação: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus.” Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus. Se és o Filho de Deus, desce da cruz! As pessoas que passavam por ali o  insultavam, balançando  a  cabeça  e  dizendo: “Tu  que  ias destruir  o Templo e  construí-lo de  novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o  Filho de Deus, desce da cruz!” Do  mesmo  modo,  os  sumos sacerdotes,  junto  com  os  mestres  da  Lei  e  os anciãos,  também  zombaram  de  Jesus: “A outros salvou. a si mesmo não pode salvar! É Rei de  Israel.  Desça  agora  da  cruz!  e  acreditaremos nele. Confiou  em  Deus;  que  o  livre  agora,  se  é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus.”   Do  mesmo  modo,  também  os  dois ladrões  que  foram  crucificados  com  Jesus  o insultavam. Desde  o  meio-dia  até  às  três  horas  da  tarde, houve  escuridão  sobre  toda  a  terra. Pelas  três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: “Eli, Eli, lamá  sabactâni?”, que quer dizer:  “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Alguns dos  que  ali  estavam,  ouvindo-o, disseram: “Ele está  chamando  Elias!” E  logo  um  deles, correndo,  pegou  uma  esponja,  ensopou-a  em vinagre,  colocou-a  na  ponta  de  uma  vara,  e  lhe deu  para  beber. Outros,  porém,  disseram: “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!” Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito.
Todos se ajoelham
 E  eis  que  a  cortina  do  santuário  rasgou-se  de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras  se  partiram.   Os  túmulos  se  abriram  e muitos  corpos  dos  santos  falecidos ressuscitaram!   Saindo  dos  túmulos,  depois  da ressurreição  de  Jesus,  apareceram  na  Cidade Santa  e  foram  vistos  por  muitas  pessoas.   O oficial  e  os  soldados  que  estavam  com  ele guardando  Jesus,  ao  notarem  o  terremoto  e tudo  que  havia  acontecido,  ficaram  com  muito medo  e  disseram:  “Ele  era  mesmo  Filho  de Deus!”   Grande  número  de  mulheres  estava  ali, olhando  de  longe.  Elas  haviam  acompanhado Jesus  desde  a  Galiléia,  prestando-lhe  serviços. Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de  Tiago  e  de  José,  e  a  mãe  dos  filhos  de Zebedeu.

Laudes
SALMODIA
 
Ant. 1 Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós. 

Salmo 50(51)
Tende piedade, ó meu Deus!
Renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade.
Revesti o homem novo (Ef 4,23-24). 
 
Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! * 
Na imensidão de vosso amor,purificai-me! 
Lavai-me todo inteiro do pecado, * 
e apagai completamente a minha culpa! 

Eu reconheço toda a minha iniqüidade, * 
o meu pecado está sempre à minha frente. 
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, * 
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos! – 

Mostrais assim quanto sois justo na sentença, * 
e quanto é reto o julgamento que fazeis. 
Vede, Senhor, que eu nasci na iniqüidade * 
e pecador já minha mãe me concebeu. 

Mas vós amais os corações que são sinceros, * 
na intimidade me ensinais sabedoria. 
Aspergi-me e serei puro do pecado, * 
e mais branco do que a neve ficarei. 

Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria, * 
e exultarão estes meus ossos que esmagastes. 
Desviai o vosso olhar dos meus pecados *  
e apagai todas as minhas transgressões! 

Criai em mim um coração que seja puro, * 
dai-me de novo um espírito decidido. 
Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, * 
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! 

Dai-me de novo a alegria de ser salvo * 
e confirmai-me com espírito generoso! 
Ensinarei vosso caminho aos pecadores, * 
e para vós se voltarão os transviados. 

Da morte como pena, libertai-me, * 
e minha língua exaltará vossa justiça! 
Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, * 
e minha boca anunciará vosso louvor! 

Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, * 
e, se oferto um holocausto, o rejeitais. 
Meu sacrifício é minha alma penitente, * 
não desprezeis um coração arrependido! 

Sede benigno com Sião, por vossa graça, * 
reconstruí Jerusalém e os seus muros! 
E aceitareis o verdadeiro sacrifício, * 
os holocaustos e oblações em vosso altar! 
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 
 
Ant. Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós. 
 
Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.

Ant. 2 Jesus Cristo nos amou até o fim e lavou nossos pecados com seu sangue.  
 
Cântico Hab 3,2-4.13a.15-19
Deus há de vir para julgar 
Erguei a cabeça, porque a vossa libertação está
próxima (Lc 21,28). 
 
Eu ouvi vossa mensagem, ó Senhor, * 
e enchi-me de temor. 
Manifestai a vossa obra pelos tempos * 
e tornai-a conhecida. 

Ó Senhor, mesmo na cólera, lembrai-vos * 
de ter misericórdia! 
Deus virá lá das montanhas de Temã, * 
e o Santo, de Farã. 

O céu se enche com a sua majestade, * 
e a terra, com sua glória. 
Seu esplendor é fulgurante como o sol, * 
saem raios de suas mãos. 

Nelas se oculta o seu poder como num véu, * 
seu poder vitorioso. 
Para salvar o vosso povo vós saístes, * 
para salvar o vosso Ungido. 

E lançastes pelo mar vossos cavalos * 
no turbilhão das grandes águas. 
Ao ouvi-lo estremeceram-me as entranhas * 
e tremeram os meus lábios. 

A cárie penetrou-me até os ossos, * 
e meus passos vacilaram. 
Confiante espero o dia da aflição, * 
que virá contra o opressor. 

Ainda que a figueira não floresça * 
nem a vinha dê seus frutos, 
a oliveira não dê mais o seu azeite, * 
nem os campos, a comida; 

mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos * 
e o gado nos curais: 
mesmo assim eu me alegro no Senhor, * 
exulto em Deus, meu Salvador! 

O meu Deus e meu Senhor é minha força * 
e me faz ágil como a corça; 
para as alturas me conduz com segurança * 
ao cântico de salmos. 
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 
 
Ant. Jesus Cristo nos amou até o fim e lavou nossos pecados com seu sangue. 
 
Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
 
Ant.  3  Adoramos,  Senhor,  vosso  madeiro,  vossa
ressurreição  nós  celebramos.  A  alegria  chegou
ao  mundo  inteiro,  pela  cruz  que  nós  hoje
veneramos. 

Salmo 147(147 B)
Restauração de Jerusalém
Vem! Vou mostrar-te a noiva, a esposa do
Cordeiro! (Ap 21,9). 
 
Glorifica o Senhor, Jerusalém! * 
Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! 

Pois reforçou com segurança as tuas portas, * 
e os teus filhos em teu seio abençoou; 
a paz em teus limites garantiu * 
e te dá como alimento a flor do trigo. 

Ele envia suas ordens para a terra, * 
e a palavra que ele diz core veloz; 
ele faz cair a neve como lã * 
e espalha a geada como cinza. – 

Como de pão lança as migalhas do granizo, * 
a seu frio as águas ficam congeladas. 
Ele envia sua palavra e as derrete, * 
sopra o vento e de novo as águas corem. 

Anuncia a Jacó sua palavra, * 
seus preceitos e suas leis a Israel. 
Nenhum povo recebeu tanto carinho, * 
a nenhum outro revelou os seus preceitos. 
 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 
 
Ant. Glorifica Adoramos, Senhor, vosso madeiro,
vossa  ressurreição  nós  celebramos.  A  alegria
chegou ao mundo inteiro, pela cruz que nós hoje
veneramos. 
 
Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.

LEITURA BREVE Is 52,13-15
 
Ei-lo,  o  meu  Servo  será  bem  sucedido;  sua
ascensão  será  ao  mais  alto  grau.  Assim  como
muitos 
ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele
estava  que  não  parecia  ser  um  homem  ou  ter 
aspecto  humano    do  mesmo  modo  ele
espalhará  sua  fama  entre  os  povos.  Diante  dele
os reis se manterão em silêncio, vendo algo que
nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que
jamais ouviram.
 
Em lugar do responsório se diz, de joelhos:

Ant. Jesus Cristo se humilhou e se fez obediente,
obediente até à morte e morte de cruz.
 
BENEDICTUS Lc 1, 68-79
 
Durante  o  Benedictus  apagam-se  as  velas  do altar.
 Ant. Acima de sua cabeça puseram escrito o motivo da culpa e do crime de Cristo: Jesus Nazareno, o Rei dos judeus.
 
Bendito † seja o Senhor Deus de Israel, *
que a seu povo visitou e libertou; 
e fez surgir um poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu servidor, 
como falara pela boca de seus santos, *
os profetas desde os tempos mais antigos, 
para salvar-nos do poder dos inimigos *
e da mão de todos quantos nos odeiam. 
Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa Aliança 
e o juramento a Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos  que, libertos do inimigo, 
a ele nós sirvamos sem temor † 
em santidade e em justiça diante dele, *
enquanto perdurarem nossos dias. 
Serás profeta do Altíssimo, ó menino, †
pois irás andando à frente do Senhor *
para aplainar e preparar os seus caminhos, 
anunciando ao seu povo a salvação, *
que está na remissão de seus pecados. 
Pelo amor do coração de nosso Deus, *
Sol nascente que nos veio visitar 
lá do alto como luz resplandecente *
a iluminar a quantos jazem entre as trevas 
e na sombra da morte estão sentados †
e para dirigir os nossos passos, * 
guiando-nos no caminho da paz. 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 
 
Ant.  Acima  de  sua  cabeça  puseram  escrito  o motivo  da  culpa  e  do  crime  de  Cristo:  Jesus Nazareno, o Rei dos judeus.

PRECES
 Adoremos  com  sincera  piedade  a  Cristo,  nosso Redentor,  que  por  nós  sofreu  a  Paixão  e,foi sepultado  para  ressuscitar  ao  terceiro  dia;  e peçamos humildemente: 
Senhor, tende piedade de nós! 

 Cristo,  nosso  Mestre  e  Senhor,  obediente  até  à morte por nosso amor,    ensinai-nos  a  obedecer  sempre  à  vontade  do Pai.
Senhor, tende piedade de nós! 

Cristo,  nossa  vida,  que  morrendo  na  cruz, destruístes o podrr da morte e do inferno,    ensinai-nos  a  morrer  convosco,  para merecermos  também  ressuscitar  convosco  na glória. 
Senhor, tende piedade de nós! 

Cristo,  nosso  Rei,  que  fostes  desprezado  como um  verme  e  humilhado  como  a  vergonha  do gênero humano,    ensinai-nos  a  imitar  a  vossa  humildade salvadora.
Senhor, tende piedade de nós! 

Cristo,  nossa  salvação,  que  destes  a  vida  por amor dos seres humanos, vossos irmãos e irmãs,    fazei  que  nos  amemos  uns  aos  outros  com  a mesma caridade. 
Senhor, tende piedade de nós! 

Cristo, nosso Salvador, que de braços abertos na cruz  quisestes  atrair  para  vós  a  humanidade inteira,    reuni  em  vosso  reino  os  filhos  e  as  filhas  de Deus dispersos pelo mundo. 
Senhor, tende piedade de nós! 
 
Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. 
 
ORAÇÃO
 
Olhai com amor, ó Pai, esta vossa família, pela qual nosso Senhor Jesus Cristo livremente se  entregou às mãos dos inimigos e sofreu o suplício da cruz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.  R. Amém.
 
O Sacerdote entra na sacristia com a vela que representa o Cristo, toda a Igreja fica escura, em seguida ele retorna para mostrar que as trevas não vencerão. Em seguida ele abençoa e despede o povo, dizendo: 

V. O Senhor esteja convosco. 
R. Ele está no meio de nós. 
V. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho
† e Espírito Santo. 
R. Amém. 
 
Dada a bênção, acrescenta-se: 
V. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. 
R. Graças a Deus. 
 
Apaga-se a última vela do candelabro de trevas.
Todos saem em silêncio

Um comentário:

  1. Gostaria de saber si o grupo de coroinhas poderia fazer esta celebraçao mande a resposta para meu imail

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