sexta-feira, 29 de junho de 2012

Escala dos Acólitos - Julho 2012

Escala dos Acólitos – Paróquia São José
Julho – 2012
Matriz São José

Dia 01/07 – Domingo – Matriz – Missa às 08h. Acólitos na Matriz às 07:20h.
Turiferário – Luan
Naveteiro – Daniel
Cruciferário – João Paulo Cabral
Ceroferários – Jéssica e Camila
Oficiais – João Paulo, Samuel e Giuliano
A Disposição – Eloiza

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Solenidade de São Pedro e São Paulo - 29 de Junho


Um simples pescador da Betsaida proclama que o filho de um carpinteiro é realmente o Filho de Deus, por natureza. Ali é plantado o grão de mostarda, do qual nasceria a Santa Igreja Católica Apostólica e Romana.

Ao chegar à região de Cesaréia de Filipe, Jesus fez a seguinte pergunta aos seus discípulos: "Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?" Eles responderam: "Uns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; e outros, que é Jeremias ou algum dos profetas". Perguntou-lhes de novo: "E vós, quem dizeis que Eu sou?". Tomando a palavra, Simão Pedro respondeu: "Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo". Jesus disse-lhe em resposta: "És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu. Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na Terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na Terra será desligado no Céu" (Mt 16, 13-19).

Mons. João Clá Dias, EP

I - Considerações iniciais

Difícil é encontrar alguém que nunca tenha comprovado a consonância da sonoridade obtida através de cristais harmônicos. Basta um simples golpe, em um só deles, para os outros ressoarem em concomitância. É, até, uma prova para se conhecer a autenticidade destas ou daquelas taças.

Assim, também, no campo das almas. Discernimos a que é entranhadamente católica e com facilidade a diferenciamos da tíbia, atéia ou herética, quando fazemos "soar" uma simples nota: o amor ao Papado, seja quem for o Papa. Tornam-se encandescidas as almas fervorosas, indiferentes as tíbias, indispostas algumas, etc.

sábado, 16 de junho de 2012

Imaculado Coração de Maria - Dia Seguinte da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus







        
         O Primeiro Sábado de cada Mês.

A devoção ao coração imaculado de Maria é tão antiga como a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Ela surgiu com os membros de várias confrarias do Rosário que tinham o costume de dedicar quinze sábados seguidos à Rainha do Santíssimo Rosário. Isto mostra quão unido está o Coração Imaculado de MARIA ao Sagrado Coração de JESUS  Seu Filho e Nosso Senhor.

Assim os dois Corações são inseparáveis pois onde está Um está também o Outro tornando-se assim a Mãe Co-redentora da Humanidade. Quem não honra a Mãe, despreza Seu Filho JESUS.

Vejamos como DEUS, A Virgem Imaculada, os Anjos, Santos do Céu e a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana através de seus Papas estão intimamente unidos pela salvação da humanidade.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Santo Antonio de Pádua, o “Martelo dos hereges” - 13 de Junho






O grande taumaturgo de Pádua –– ou de Lisboa, sua cidade natal –– embora com uma curta existência terrena, tornou-se um dos santos mais populares do mundo, sendo venerado tanto no Oriente quanto no Ocidente.

domingo, 10 de junho de 2012

Sagrado Coração de Jesus - 3º Sexta - Feira após Petencostes


Sagrado Coração de Jesus



A devoção ao Sagrado Coração de Jesus é uma das expressões mais difundidas da piedade eclesial, tal como refere recentemente o “Directório sobre a Piedade Popular e a Liturgia” da Congregação para o Culto Divino. Os Pontífices romanos têm salientado constantemente o sólido fundamento na Sagrada Escritura desta maravilhosa devoção.

Como conseqüência das aparições de Nosso Senhor a Santa Margarida Maria Alacoque no mosteiro de Paray-le-Monial a partir de 1673, este culto teve um incremento notável e adquiriu a sua feição hoje conhecida. Nenhuma outra comunicação divina, fora as da Sagrada Escritura, receberam tantas aprovações e estímulos da parte do Magistério da Igreja como esta.

Entre os documentos mestres nesta matéria encontramos a encíclica de Pio XII, Haurietis aquas, de 15 de Maio de 1956. Pio XII salienta que é o próprio Jesus que toma a iniciativa de nos apresentar o Seu Coração como fonte de restauração e de paz: “Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt. 11, 28-30)

Não é por acaso que as aparições a Santa Margarida Maria deram-se num momento crucial em que se pretendia afirmar secularização e que a devoção ao Sagrado Coração apareceu sempre como o mais característico de todos os movimentos que resistiram à descristianização da sociedade moderna.









A chamada Grande Revelação foi feita a Margarida Maria durante a oitava da festa do Corpus Domini de 1675. Mostrando o seu Coração divino, Jesus confiou à Santa:

Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar seu amor. Como reconhecimento, não recebo da maior parte deles senão ingratidões, pelas suas irreverências, sacrilégios, e pela tibieza e desprezo que têm para comigo na Eucaristia. Entretanto, o que Me é mais sensível é que há corações consagrados que agem assim. Por isto te peço que a primeira sexta-feira após a oitava do Santíssimo Sacramento seja dedicada a uma festa particular para honrar Meu Coração, comungando neste dia, e O reparando pelos insultos que recebeu durante o tempo em que foi exposto sobre os altares”.

“Prometo-te que Meu Coração se dilatará para derramar os influxos de Seu amor divino sobre aqueles que Lhe prestarem esta honra”.

Jesus apareceu-lhe numerosas vezes de 1673 até 1675. Dos seus colóquios com Nosso Senhor distinguem-se classicamente 12 promessas. Eis alguns extratos da Mensagem do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria. (10)

“Os fiéis acharão, pelo intermédio desta devoção amável, todos os socorros necessários ao seu estado, ou seja, a paz nas suas família, o alívio nos seus trabalhos, as bênçãos do Céu em todas as suas empresas, a consolação nas suas misérias, e é propriamente neste sagrado Coração que alcançarão um lugar de refúgio durante toda a vida e principalmente na hora da sua morte”.

“O Meu divino Salvador fez-me compreender que aqueles que trabalham pela salvação das almas encontrarão a arte de comover os corações mais empedernidos e trabalharão com um êxito maravilhoso se eles mesmos estiverem penetrados de uma terna devoção ao divino Coração”.

“Asseverando-Me que Ele recebia um contentamento singular em ser honrado sob a figura deste Coração de carne, cuja imagem desejava fosse exibida em público, com a finalidade –acrescentou– de tocar por seu intermédio o coração insensível dos homens; prometendo-me que derramaria em abundância todos os dons que possui em plenitude sobre todos aqueles que O honrassem; e que em todo lugar em que esta imagem fosse ostentada para ser objeto de especial honra ela atrairia toda sorte de bênçãos”.

“Sinto-me totalmente imersa neste divino Coração; (...) estou como num abismo sem fundo onde Ele me revela os tesouros de amor e de graça que concede às pessoas que se consagram e sacrificam para lhe render e alcançar toda a honra, amor e glória de que são capazes”.

“Confirmou-me o contentamento que recebe em ser amado, conhecido e venerado pelas suas criaturas e tão grande que prometeu-me que todos aqueles que Lhe sejam devotados e consagrados não morrerão jamais”.

“Numa sexta-feira, durante a Sagrada Comunhão, disse estas palavras à sua indigna escrava: “Prometo-te, na excessiva misericórdia do meu Coração, que o seu amor onipotente obterá a todos aqueles que comunguem nove primeiras sextas-feiras do mês seguidas a graça da penitência final, que não morrerão na minha desgraça, sem receber os seus sacramentos e que o Meu divino Coração será o seu refúgio assegurado no último momento”. “Nada temas, Eu reinarei apesar dos meus inimigos e de todos aqueles que procurarão opor-se”.

“Este amável Coração reinará, apesar de Satanás. Isto me arrebata de alegria.” “Afinal reinará, este amável Coração, apesar de todos os que se quererão opor. Satã e todos os seus seguidores serão confundidos”.


ato de consagração


(Texto aprovado por São Pio X em 1908)

SAGRADO CORAÇÃO de Jesus, que manifestastes a Santa Margarida Maria o desejo de reinar sobre as famílias cristãs, nós vimos hoje proclamar vossa realeza absoluta sobre a nossa família.

Queremos, de agora em diante, viver a vossa vida, queremos que floresçam, em nosso meio, as virtudes às quais prometestes, já neste mundo, a paz.

Queremos banir para longe de nós o espírito mundano que amaldiçoastes.

Vós reinareis em nossas inteligências pela simplicidade de nossa fé; em nossos corações pelo amor sem reservas de que estamos abrasados para convosco, e cuja chama entreteremos pela recepção freqüente de vossa divina Eucaristia.

Dignai-Vos, Coração divino, presidir as nossas reuniões, abençoar as nossas empresas espirituais e temporais, afastar de nós as aflições, santificar as nossas alegrias, aliviar as nossas penas.

Se, alguma vez, algum de nós tiver a infelicidade de Vos ofender, lembrai-Vos, ó Coração de Jesus, que sois bom e misericordioso para com o pecador arrependido.

E quando soar a hora da separação, nós todos, os que partem e os que ficam, seremos submissos aos vossos eternos desígnios. Consolar-nos-emos com o pensamento de que há de vir um dia em que toda a família, reunida no Céu, poderá cantar para sempre a vossa glória e os vossos benefícios.

Digne-se o Coração Imaculado de Maria, digne-se o glorioso Patriarca São José apresentar-Vos esta consagração e no-la lembrar todos os dias de nossa vida. Viva o Coração de Jesus, nosso Rei e nosso Pai. 

As doze promessas
A partir do século XVIII difunde-se a prática piedosa de levar uma pequena imagem do Sagrado Coração de Jesus. Manifesta-se desse modo o próprio desejo de pertencer ao Sagrado Coração e de se manter sob a sua proteção. 


Santa Margarida Maria incita, em Março de 1686, à Madre de Saumaise, superiora do Mosteiro de Dijon, a que reproduza em grande quantidade uma imagem do Coração de Jesus: “Sinto-me ainda impelida de vos dizer da Sua parte, que Ele deseja que se faça uma lâmina da imagem deste Sagrado Coração a fim de que todos os que Lhe queiram render homenagens particulares possam ter imagens em suas casas e também mais pequenas para levar consigo.”

A Bem-aventurada Anne-Madeleine Rémuzat, continuadora da obra de Santa Margarida Maria, estimulou o uso piedoso da estampa do Sagrado Coração por ocasião de uma peste terrivelmente mortífera em Marselha, França, em 1720.

Sobre um pedaço de tecido oval, a imagem do Coração de Jesus, encimada por uma Cruz, queima de amor por cada um de nós. A coroa de espinhos circunda o Coração ferido pelos pecados. Em torno inscreve-se esta frase: “Alto! O Coração de Jesus está comigo. Venha a nós o Vosso Reino."




As doze promessas


  1. A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.

  2. Eu darei aos devotos do meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.

  3. Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.

  4. Eu os consolarei em todas as suas aflições.

  5. Serei seu refúgio seguro na vida, e principalmente
    na hora da morte.

  6. Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.

  7. Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias.

  8. As almas tíbias se tornarão fervorosas pela prática dessa devoção.

  9. As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.

  10. Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais empedernidos.

  11. As pessoas que propagarem esta devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.

  12. A todos os que comungarem nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.





As doze promessas

 
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos céus,.
Deus Filho, Redentor do mundo.
Deus Espírito Santo,.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,.
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno,.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe,
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus,
Coração de Jesus, de majestade infinita,
Coração de Jesus, templo santo de Deus,
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu,
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade,
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor,
Coração de Jesus, cheio de bondade e de amor,
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes,
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor,
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações,
Coração de Jesus, no qual estão os tesouros da sabedoria e da ciência,
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade,
Coração de Jesus, no qual o Pai pôs as Suas complacências,
Coração de Jesus, de cuja plenitude todos nós recebemos,
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas,
Coração de Jesus, paciente e de muita misericórdia,
Coração de Jesus, rico para todos os que Vos invocam,
Coração de Jesus, fonte de vida e de santidade,
Coração de Jesus, propiciação pelos nossos pecados,
Coração de Jesus, saturado de opróbrios,
Coração de Jesus, esmagado pelos nossos pecados,
Coração de Jesus, feito obediente até a morte,
Coração de Jesus, atravessado pela lança,
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação,
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição,
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação,
Coração de Jesus, vítima dos pecadores,
Coração de Jesus, salvação dos que esperam em Vós,
Coração de Jesus, esperança dos que morrem em Vós,
Coração de Jesus, delícia de todos os santos,
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor,
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor,
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
V. Jesus, manso e humilde de coração.
R. Fazei nosso coração semelhante ao vosso.
Oremos: Deus onipotente e eterno, olhai para o Coração de vosso Filho diletíssimo e para os louvores e as satisfações que ele, em nome dos pecadores, vos tributa; e aos que imploram a vossa misericórdia concedei benigno o perdão, em nome de vosso mesmo Filho Jesus Cristo, que convosco vive e reina, em união com o Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.






As doze promessas

Sagrado Coração de Jesus


Eu (o seu nome), Vos dou e consagro, oh Sagrado Coração de Jesus Cristo, a minha vida, as minhas ações, penas e sofrimentos, para não querer mais servir-me de nenhuma parte do meu ser, senão para Vos honrar, amar e glorificar. É esta a minha vontade irrevogável: ser todo Vosso e tudo fazer por Vosso amor, renunciando de todo o meu coração a tudo quanto Vos possa desagradar.

Tomo-Vos, pois, ó Sagrado Coração, por único bem do meu amor, protetor da minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e da minha inconstância, reparador de todas as imperfeições da minha vida e meu asilo seguro na hora da morte.


Sê, ó Coração de bondade, a minha justificação diante de Deus, Vosso Pai, para que desvie de mim a Sua justa cólera.

Ó Coração de amor, deposito toda a minha confiança em Vós, pois tudo temo de minha malícia e de minha fraqueza, mas tudo espero de Vossa bondade! Extingui em mim tudo o que possa desagradar-Vos ou que se oponha à Vossa vontade.

Seja o Vosso puro amor tão profundamente impresso em meu coração, que jamais possa eu esquecer-Vos nem separar-me de Vós. Suplico-Vos que o meu nome seja escrito no Vosso Coração, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e toda a minha glória em viver e morrer como Vosso escravo. Amém.




Sagrado Coração de Jesus


Ó dulcíssimo Jesus, ó Redentor do gênero humano, lançai um olhar sobre nós, humildemente prostrados diante do vosso altar. Somos vossos e vossos queremos ser; e para podermos viver mais estreitamente unidos a Vós, eis que cada um de nós se consagra ao vosso Sacratíssimo Coração. Muitos, porém, já não Vos conhecem; muitos, ao desprezar os vossos mandamentos, repudiam-Vos. O benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros; e atraí todos ao Vosso Coração Santíssimo.

Oh Senhor, sê o Rei não só dos fiéis que não se distanciaram de Vós, mas também destes filhos pródigos que Vos abandonaram; fazei com que estes retornem à casa paterna o quanto antes para não morrerem de miséria e fome. Sê o Rei de todos os que vivem no engano do erro ou que por discordarem de Vós se separaram; chamai-os ao porto da verdade e da unidade da Fé para que assim, em breve, não haja mais que um só rebanho sob um só Pastor.

Sê finalmente o Rei de todos os que estão envoltos nas superstições do paganismo e não recuseis tirá-los das trevas para traze-los à luz do Reino de Deus.

Obtende, oh Senhor, a integridade e liberdade segura para a vossa Igreja; dai a todo o povo a tranqüilidade da ordem; fazei com que de uma extremidade à outra da terra ressoe esta única voz: “Seja louvado este Coração do qual provém a nossa salvação; a Ele a glória e a honra pelos séculos. Amém!”.





As doze promessas 

Dulcíssimo Jesus, cuja infinita caridade para com os homens é deles tão ingratamente correspondida com esquecimentos, friezas e desprezos, eis-nos aqui prostrados, diante do vosso altar, para vos desagravar-mos, com especiais homenagens, da insensibilidade tão insensata e das nefandas injúrias com que é de toda parte alvejado o vosso dulcíssimo Coração. Reconhecendo, porém, com a mais profunda dor, que também nós, mais de uma vez, cometemos as mesmas indignidades, para nós, em primeiro lugar, imploramos a vossa misericórdia, prontos a expiar não só as próprias culpas, mas também as daqueles que, errando longe do caminho da salvação, ou se obstinam na sua infidelidade não Vos querendo como pastor e guia, ou, faltando às promessas do batismo, sacudiram o suavíssimo jugo da vossa santa Lei.

De todos estes tão deploráveis crimes, Senhor, queremos nós hoje desagravar-vos, mas particularmente dos costumes e imodéstias do vestir, de tantos laços de corrupção armados à inocência, da violação dos dias santificados, das execrandas blasfêmias contra Vós e vossos santos, dos insultos ao vosso vigário e a todo o vosso clero, do desprezo e das horrendas e sacrílegas profanações do Sacramento do divino Amor, e enfim, dos atentados e rebeldias oficiais das nações contra os direitos e o magistério da vossa Igreja.

Oh, se pudéssemos lavar com o próprio sangue tantas iniqüidades! Entretanto, para reparar a honra divina ultrajada, vos oferecemos, juntamente com os merecimentos da Virgem Mãe, de todos os santos e almas piedosas, aquela infinita satisfação que Vós oferecestes ao Eterno Pai sobre a cruz, e que não cessais de renovar todos os dias sobre os nossos altares.

Ajudai-nos, Senhor, com o auxílio da vossa graça, para que possamos, como é nosso firme propósito, com a viveza da fé, com a pureza dos costumes, com a fiel observância da lei e caridade evangélicas, reparar todos os pecados cometidos por nós e pelos nossos próximos, impedir por todos os meios novas injúrias à vossa divina Majestade e atrair ao vosso serviço o maior número de almas possível.

Recebei, oh! benigníssimo Jesus, pelas mãos de Maria Santíssima Reparadora, a espontânea homenagem deste nosso desagravo, e concedei-nos a grande graça de perseverarmos constantes até á morte no fiel cumprimento dos nossos deveres e no vosso santo serviço, para que possamos chegar todos à Pátria bem-aventurada, onde Vós, com o Pai e o Espírito Santo, viveis e reinais, Deus, por todos os séculos dos séculos. Assim seja.





As doze promessas

 
  1. Ó meu Jesus, que dissestes: “Em verdade vos digo, pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e ser-vos-á dado!” Eis que bato, procuro e peço a graça...
    Pai Nosso, Avé Maria e Glória.
    Sagrado Coração de Jesus, confio e espero em vós!
  2. Ó meu Jesus, que dissestes: “Em verdade vos digo, qualquer coisa que peçais ao meu Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá!” Eis que ao Vosso Pai, em Vosso nome, eu vos peço a graça... Pai Nosso, Avé Maria e Glória
    Sagrado Coração de Jesus, confio e espero em vós!
  3. Ó meu Jesus, que dissestes: “Em verdade vos digo, passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão!” Eis que, apoiado na infalibilidade das Vossas santas palavras, eu Vos peço a graça...
    Pai Nosso, Avé Maria e Glória
    Sagrado Coração de Jesus, confio e espero em vós!
Oração: Oh Sagrado Coração de Jesus, a quem uma única coisa é impossível, isto é, a de não ter compaixão dos infelizes, tende piedade de nós, míseros pecadores, e concedei-nos as graças que Vos pedimos por intermédio do Coração Imaculado da Vossa e nossa terna Mãe.

São José,
Amigo do Sagrado Coração de Jesus, rogai por nós.

Salve Rainha!




Sagrado Coração de Jesus
 
166. A sexta-feira seguinte ao segundo domingo depois de Pentecostes a Igreja celebra a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Além da celebração litúrgica, muitas outras expressões de piedade têm por objeto o Coração de Cristo. Não tem dúvida de que a devoção ao Coração do Salvador tem sido, e continua a ser, uma das expressões mais difundidas e amadas da piedade eclesiástica. Entendida à luz da Sagrada Escritura, a expressão “Coração de Cristo” designa o mesmo mistério de Cristo, a totalidade do seu ser, a sua pessoa considerada no seu núcleo mais íntimo e essencial...

167. Como o têm lembrado freqüentemente os Romanos Pontífices, a devoção ao Coração de Cristo tem um sólido fundamento na Escritura. Jesus, (...) apresenta-se a si mesmo como mestre “manso e humilde de Coração” (Mt. 11, 29). Pode dizer-se que a devoção ao Coração de Jesus é a tradução em termos cultuais do reparo que, segundo as palavras proféticas e evangélicas, todas as gerações cristãs voltaram para aquele que foi atravessado (cfr. Jo. 19, 27; Zc. 12, 10), isto é, o costado de Cristo atravessado pela lança, do qual brotou sangue e água, símbolo do “sacramento admirável de toda a Igreja”.

O texto de São João que narra a ostentação das mãos e do costado de Cristo aos discípulos (Cfr. Jo. 20, 20) e o convite dirigido por Cristo a Tomás para que estendesse a sua mão e a introduzisse no seu costado (Cfr. Jo, 20 27), tiveram também um influxo notável na origem e no desenvolvimento da piedade eclesiástica ao Sagrado Coração.

168. Estes textos, e outros (...) foram objeto de assídua meditação por parte dos Santos Padres que desvendaram as riquezas doutrinais e com freqüência convidaram aos fiéis a penetrar no mistério de Cristo pela porta aberta de seu costado. Assim, santo Agostinho diz: “A entrada é acessível: Cristo é a porta. Também se abriu para ti quando o seu costado foi aberto pela lança. Lembra o que dali saiu; portanto olha por onde podes entrar. Do costado do Senhor pendurado que morria na Cruz saiu sangue e água quando foi aberto pela lança. Na água está a tua purificação, no sangue a tua redenção.”

169. A Idade Média foi uma época especialmente fecunda para o desenvolvimento da devoção ao Coração do Salvador. Homens insignes pela sua doutrina e santidade, como São Bernardo (+1153), São Boaventura (+1274) e místicos como Santa Lutgarda (+1246), Santa Matilde de Magdeburgo (+1282), as Santas Irmãs Matilde (+1299) e Gertrudes (+1302) do Mosteiro de Helfta, Ludolfo de Saxónia (+1378), Santa Catarina de Siena (+1380), aprofundaram o mistério do Coração de Cristo no qual percebiam o “refúgio” aonde acolher-se, a sé da misericórdia, o lugar de encontro com Ele, a fonte do amor infinito do Senhor, a fonte da qual brota a água do Espírito, a verdadeira terra prometida e o verdadeiro paraíso.

170. Na época moderna o culto ao Sagrado Coração do Salvador teve novo desenvolvimento. No momento em que o jansenismo proclamava os rigores da justiça divina, a devoção ao Coração de Cristo foi um antídoto para suscitar nos fiéis o amor ao Senhor e a confiança na sua infinita misericórdia, da qual o Coração é prenda e símbolo. São Francisco de Sales (+1622), que adotou como norma de vida e apostolado a atitude fundamental do Coração de Cristo, ou seja, a humildade, a mansidão, (Cfr. Mt. 11, 29), o amor terno e misericordioso; Santa Margarida Maria Alacoque (+1690), a quem o Senhor mostrou repetidas vezes as riquezas do Seu Coração; São João Eudes (+1680), promotor do culto litúrgico ao Sagrado Coração; São Cláudio de la Colombière (+1682), São João Bosco (+1888) e outros santos têm sido apóstolos insignes da devoção ao Sagrado Coração.

171. As formas de devoção ao Coração do Salvador são muito numerosas; algumas têm sido explicitamente aprovadas e recomendadas pela Sé Apostólica. Entre elas devem ser lembradas: A Consagração pessoal, que, segundo Pio XI, “entre todas as práticas do culto ao Sagrado Coração é sem dúvida a principal”; a Consagração da família (...); as Ladainhas do Sagrado Coração de Jesus (...); o Ato de Reparação (...); a prática das Nove Primeiras Sextas-feiras (...).

É preciso, porém, que se instrua de maneira conveniente os fiéis: sobre o fato de que não se deve pôr nesta prática uma confiança que se converta em vã credulidade que, na ordem da salvação, anule as exigências absolutamente necessárias de Fé operante e do propósito de levar uma vida conforme ao Evangelho; sobre o valor absolutamente principal do domingo, a “festa primordial”, que deve caracterizar-se pela plena participação dos fiéis na celebração eucarística.

173. A piedade popular tende a identificar uma devoção com a sua representação iconográfica. Isto é algo normal, e tem sem dúvida elementos positivos, mas pode dar ensejo a certos inconvenientes: (...) imagens ás vezes adocicadas, inadequadas para manifestar o conteúdo teológico robusto, não favorecem a aproximação dos fiéis ao Mistério do Coração de Jesus. (...)


O Coração Imaculado de Maria

174. Ao dia seguinte à solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Igreja celebra a memória do Coração Imaculado de Maria. A contigüidade das duas celebrações já é, em si mesma, um sinal litúrgico do seu estreito vinculo: o mysterium do Coração do Salvador projeta-se e reflete-se no Coração da Mãe (...)





Sagrado Coração de Jesus



A devoção ao Sagrado Coração de Jesus,
o Estandarte da Vitória contra os males desta época

A Divina Providência, para combater os males de uma época, suscita não só pessoas ou instituições. Também o faz por meio de formas de piedade, moções espirituais e desejos de perfeição novos.

Nos últimos séculos o mal cresceu de modo alarmante afastando os indivíduos e as sociedades de Deus. Mas junto a ele cresceu também o culto ao Sagrado Coração. Foi esta a  devoção que mais se difundiu na Igreja e que maior estímulo recebeu do Magistério Pontifício.


Há ligação entre os dois fenômenos?

O padre Jules Chevalier, no prefácio das Constituições que escrevera em 1891 para as Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração de Jesus, lembrou: "A devoção ao Sagrado Coração de Jesus foi revelada pelo próprio Senhor e recomendada pela Igreja como um remédio eficaz  contra os males do mundo de hoje."

Por seu lado o Papa Leão XIII compara esta devoção com o emblema da Santa Cruz que dera a vitória ao Imperador Romano e marcara o começo do triunfo do cristianismo sobre o paganismo. "In hoc signo vinces" fora a promessa feita aos cristãos de então. A devoção ao Sagrado Coração é hoje o estandarte da vitória e triunfo do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo.


O Sagrado Coração e a devoção a Nossa Senhora

Mas, perguntará alguém, não é a devoção ao Imaculado Coração de Maria a que mais especificamente marcará esse triunfo prometido em Fátima, por exemplo?

Os devotos do Sagrado Coração de Jesus são sempre devotos muito extremosos da Santíssima Virgem; e, reciprocamente. Não podia ser de outro modo. Se Maria Santíssima é medianeira de todas as graças, toda devoção passa pelas mãos dela. E, por outro lado, sendo  Ela o caminho mais perfeito para nos levar a Jesus, toda verdadeira devoção a Ela conduzirá ao Sagrado Coração.

Santa Margarida Maria Alacoque compreendera tão bem esta verdade que considerava as duas devoções como uma só. Tinha o hábito de rezar esta jaculatória: "Divino Coração de Jesus eu Vos adoro e Vos amo do modo como viveis no Coração de Maria e Vos peço que vivais e reineis em todos os corações".

O confessor da Santa, São Cláudio de la Colombière, indica o mesmo caminho: "Resolvi não pedir nada a Deus em oração que não fosse por meio de Maria".

Outros grandes devotos do Sagrado Coração - como Santa Brígida, São Francisco de Sales e São João Eudes - referiam-se ao Coração de Jesus e de Maria, em singular, para salientar a perfeita união de sentimentos e disposições entre a Mãe e o Filho.

Os Missionários do Sagrado Coração e as Filhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração têm o belo lema "Per Mariam ad Cor Iesu" (Por Maria ao Coração de Jesus) como fórmula própria dos seus institutos.

Por isso mesmo o Papa Pio XII exorta: "A fim de que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus produza frutos mais abundantes na família cristã e ainda em toda a humanidade, procurem os fiéis unir a ela a devoção ao Coração Imaculado da Mãe de Deus." (14)


Fátima: O sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria

O movimento universal de Consagração ao Sagrado Coração de Jesus complementou-se, no século XX, com o movimento de Consagração ao Imaculado Coração de Maria pedido por Nossa Senhora em Fátima.

As aparições de Fátima foram precedidas pelas do Anjo de Portugal, que disse em 1916: "Os Corações de Jesus e de Maria estão atentos à voz das vossas súplicas".

E ainda, mais tarde, "Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia".

A bem-aventurada Jacinta, no seu leito de morte, disse à Lúcia: "Tu cá ficas para dizer que Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. O Coração de Jesus quer que, a seu lado, se venere o Coração de Maria".

Muitos outros paralelismos entre as duas devoções mostram a sua íntima vinculação: as nove primeiras sextas-feiras e os cinco primeiros sábados; o espírito reparador que anima as duas devoções; o movimento de Consagração da Humanidade ao Sagrado Coração de Jesus feito por Leão XIII e o pedido de Consagração da Rússia ao Imaculado Coração feito por Nossa Senhora em Fátima; e por fim a promessa do triunfo final: "Eu reinarei", repetia continuamente o Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria, e "Por fim o meu Imaculado Coração triunfará", disse Nossa Senhora em Fátima.

 




 






domingo, 3 de junho de 2012

Honra e Glória a Santíssima Trindade

Na Igreja Católica, a festa da Santíssima Trindade é considerada uma das solenidades mais importantes do ano litúrgico.

Unidade e Trindade de Deus
A Santíssima Trindade é um dogma. Um dogma que proclama a verdade essencial do mistério da "unidade e trindade de Deus": um só Deus em Três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.  É um mistério. Portanto, é de difícil interpretação e impossível de ser assimilado pelas limitações humanas.
Lembramos que "mistério" não quer dizer que algo seja impossível de existir ou de acontecer; "mistério" é apenas algo que a nossa inteligência não é capaz de compreender inteiramente.
...a substância do Novo Testamento
SS TRINDADE.jpg
O mistério da Santíssima Trindade é definido pelos doutores da Igreja como sendo a substância do Novo Testamento. Isto quer dizer que ele é o maior de todos os mistérios da Santa Igreja, a origem e o fundamento de todos os outros mistérios. Pois que, refere-se especificamente a Deus, em sua essência, princípio e fim de todas os seres criados.  Foi para conhecer e contemplar esse mistério que os anjos foram criados no céu e os homens na terra. 
E foi para manifestar este mistério mais claramente que o próprio Deus desceu da sua morada com os anjos e veio para junto dos homens. Há séculos, baseada em claras e explícitas citações bíblicas, a Santa Igreja ensina e proclama esse mistério de Três Pessoas em um só Deus.
Tentando entender um mistério
Santo Agostinho, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou compreender inteiramente este inefável mistério. Ele foi longe, porém, não chegou lá.
Absorto e meditativo, em certa ocasião, ele passeava pela praia pedindo a Deus luzes para que pudesse desvendar esse Santo enigma. É muito conhecido o que, então, lhe aconteceu: encontrou-se com um menino brincando na areia. A criança fazia um trajeto curto e repetitivo: com um copo na mão, continuamente, ele ia e vinha; enchia o copo com água do mar e a despejava num pequeno buraco feito na areia da praia.
Curioso, Agostinho perguntou à criança o que ela pretendia com aquilo. O menino respondeu que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho. O Santo explicou a ele que seria impossível realizar o que queria. O menino desconhecido, então, argumentou: "É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco, do que o mistério da Santíssima Trindade ser compreendido". E a criança desapareceu: era um anjo.
Agostinho entendeu a lição. Ele concluiu que a mente humana é extremante limitada para poder entender toda a dimensão de Deus. Por mais que se esforce, jamais o homem poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio. Só compreenderemos plenamente a Deus na eternidade, quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
As obras da Trindade são indivisíveis
SSma_Trindade.jpgO apóstolo São Paulo anuncia a Trindade das pessoas e a unidade da sua natureza quando escreve: «Da parte d'Ele, por meio d'Ele e para Ele são todas as coisas. Glória a Ele pelos séculos» (Rom 11,36).
Santo Agostinho escreveu, comentando esta passagem: «Estas palavras não são devidas ao acaso. ‘Da parte d'Ele' designa o Pai, ‘por meio d'Ele' designa o Filho e ‘para Ele' designa o Espírito Santo».
Com segurança e justeza a Igreja tem o hábito de atribuir ao Pai as obras da Divindade onde resplandece o poder. Atribui ao Filho aquelas obras onde resplandece a sabedoria e ao Espírito Santo atribui aquelas obras onde resplandece o amor. Isso não quer dizer que todas as perfeições e obras exteriores de Deus não sejam comuns às pessoas divinas: «as obras da Trindade são indivisíveis, como a essência da Trindade é indivisível» (Sto Agostinho).
Não há festa própria para cada uma das Pessoas Divinas...
Na época em que o Papa Inocêncio XII governava a Igreja, surgiu no mundo católico o desejo de que fosse estabelecida uma festa especial e exclusiva em honra do Pai Eterno. O Papa não atendeu ao pedido, por clarividência e prudencia.
É verdade que existem dias festivos, solenidades para celebrar cada um dos mistérios do Verbo Encarnado (Nosso Senhor Jesus Cristo), mas não existe festa própria para celebrar exclusivamente o Verbo Encarnado, segundo sua natureza divina.
Também a solenidade de Pentecostes, já de há muito tempo comemorada, recorda a missão externa do Espírito Paráclito, sua vinda aos homens. Não se refere simplesmente ao Espírito Santo, por si só, segundo sua natureza divina.
Todas estas festas e solenidades foram prudentemente estabelecidas desse modo para evitar que alguém multiplicasse a essência divina, distinguindo as Pessoas.
Uma solenidade para o Deus Uno, Trino e Eterno
Séculos mais tarde, ainda para que não pairasse qualquer dúvida quanto à Unidade e Trindade de Deus, foi que a Igreja, preservando em seus filhos a pureza da Fé, quis instituir uma festa especialmente dedicada à Santíssima Trindade: Pai, Filho, Espírito Santo. Era uma festa para reverenciar, honrar, adorar, render glória a Deus, Uno, Trino e Eterno.
Quem a estabeleceu foi o Papa João XXII. Ele mandou que ela fosse celebrada em todas as partes; permitiu que se dedicassem a este mistério templos e altares. Depois de uma visão celeste que ele teve, ainda aprovou, em honra da Santíssima Trindade, uma Ordem religiosa para a Redenção dos Cativos.
Santíssima Trindade: no início, no término e em seu nome
É útil lembrarmos que o culto tributado aos Santos, aos Anjos, à Santa Mãe de Deus é sempre iniciado e terminado na Santíssima Trindade. Nas preces consagradas a uma das três pessoas divinas, também se faz menção às outras; mesmo ao invocar a cada uma das Pessoas separadamente, termina-se sempre com sua invocação comum. Todos os Salmos e hinos têm a mesma doxologia "ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo". As bênçãos , os ritos, os sacramentos, ou são feitos em nome da Santíssima Trindade ou lhes acompanha a sua intercessão. (JSG)
Fonte: Papa Leão XIII - Encíclica "Divinum Illud Munus" - Sobre a presença e virtude admirável do Espírito Santo


sábado, 2 de junho de 2012

Escala dos Acólitos - Junho 2012




         Escala dos Acólitos – Paróquia São José 
                                                                                                   Matriz


Dia 03/06 – Domingo – Matriz – Missa às 08h. Acólitos na Matriz às 07:20h.

Conheça os Patronos e Intercessores da Jornada

                      Jornada Mundial da Juventude
Os cinco patronos e os trezes intercessores da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013 foram conhecidos no  dia 27 de maio, após a Missa de Pentecostes realizada no Santuário da Penha, no Rio de Janeiro.
Presidida por Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro, a cerimônia contou com cerca de cinco mil pessoas.

Como modelos para a juventude foram escolhidos os seguintes patronos:
Nossa Senhora da Conceição Aparecida - protetora da Igreja e das famílias

São Sebastião - jovem soldado e mártir da fé

Santa Teresa de Lisieux - jovem padroeira das missões

Beato João Paulo II - Amigo dos Jovens

São Frei Galvão - Arauto da Paz e da Caridade

E como intercessores da JMJ, foram escolhidos 13 santos e beatos:

Santa Teresa de Los Andes - jovem contemplativa de Cristo


Beata Laura Vicuña - jovem mártir da pureza

São Jorge – combatente do mal

Santo André kim e seus companheiros – mártires da Evangelização

Beato José de Anchieta - apóstolo do Brasil

Beata Albertina Berkenbrock - virtuosa nos valores evangélicos

Beato Píer Giorgio Frassati - amor ardente aos pobres e à igreja

Santa Rosa de Lima - fiel à vontade de Deus

Beato Frederico Ozanan - servidor dos mais pobres

Beato Adílio Daronch - jovem amigo de Cristo

Beata Chiara Luce - toda entregue a Jesus

Beata Irmã Dulce - embaixadora da caridade

Beato Isidoro Bakanja - mártir do Escapulário 
Dom Orani disse que a escolha de ter patronos e intercessores na JMJ é uma maneira de “inspirar os jovens a viver o caminho do Evangelho”, destacando que “podemos evangelizar falando do Evangelho diretamente, ajudando as pessoas, fazendo trabalhos sociais, e vendo bons exemplos de quem viveu o Evangelho".
A Jornada Mundial da Juventude acontece nos dias 23 a 28 de julho de 2013. Mais de 2 milhões de pessoas são aguardadas para o evento, que ano que vem será realizado no Rio de Janeiro.

Veja as Fotos dos Patronos e dos Intercessores


 








 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Solenidade do Corpo e Sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo



Corria o ano de 1264. O Papa Urbano IV mandara convocar uma seleta assembleia que reunia os mais famosos mestres de Teologia daquele tempo. Entre eles encontravam-se dois varões conhecidos não só pelo brilho da inteligência e pureza da doutrina, mas, sobretudo, pela heroicidade de suas virtudes: São Tomás de Aquino e São Boaventura.


A razão da convocatória relacionava- se com uma recente bula Pontifícia instituindo uma festa anual em honra do Santíssimo Corpo de Cristo. 

Para o máximo esplendor desta comemoração, desejava Urbano IV que fosse composto um Ofício, bem como o próprio da Missa a ser cantada naquela solenidade. Assim, solicitou de cada um daqueles doutos personagens uma composição a ser-lhe apresentada dentro de alguns dias, a fim de ser escolhida a melhor. 

Célebre tornou-se o episódio ocorrido durante a sessão. 

O primeiro a expor foi Frei Tomás. 

Serena e calmamente, desenrolou um pergaminho e os circunstantes ouviram a declamação pausa-da da Sequência por ele composta: 

Lauda Sion Salvatorem, lauda ducem et pastorem in hymnis et canticis (Louva, Sião, o Salvador, o teu guia, o teu pastor com hinos e cânticos)... Maravilhamento geral.

Frei Tomás concluiu: ...tuos ibi commensales, cohæredes et sodales, fac sanctorum civium (admiti-nos no Céu, à Vossa mesa, e fazei-nos coherdeiros na companhia dos que habitam a Cidade Santa).

Frei Boaventura, digno filho do Poverello, rasgou sem vacilações sua composição, e os demais o imitaram, rendendo tributo ao gênio e à piedade do Aquinate. A posteridade não conheceu as demais obras, sem dúvida sublimes também, mas imortalizou o gesto de seus autores, verdadeiro monumento de humildade e despretensão.

Origem da festa de "Corpus Christi"

Vários motivos haviam conduzido a Sé Apostólica a dar esse novo impulso à piedade eucarística, estendendo a toda a Igreja uma devoção que já se praticava em certas regiões da Bélgica, Alemanha e Polônia. 

O primeiro deles remonta à época em que Urbano IV, então membro do clero de Liège, na Bélgica, analisou de perto o conteúdo das revelações com as quais o Senhor Se dignara favorecer uma jovem religiosa do mosteiro agostiniano de Mont Cornillon, próximo a essa cidade. 

Em 1208, quando contava apenas 16 anos, Juliana fora objeto de uma singular visão: um refulgente disco branco, semelhante à lua cheia, tendo um dos seus lados obscurecido por uma mancha.

Após alguns anos de intensa oração, fora-lhe revelado o significado daquela luminosa "lua incompleta": ela simbolizava a Liturgia da Igreja, à qual faltava uma solenidade em louvor ao Santíssimo Sacramento. Santa Juliana de Mont Cornillon fora por Deus escolhida para comunicar ao mundo esse desejo celeste. Mais de vinte anos se passaram até que a piedosa monja, dominando a repugnância proveniente de sua profunda humildade, se decidisse a cumprir sua missão, relatando a mensagem que recebera. 

A pedido seu, foram consultados vários teólogos, entre o quais o padre Jacques Pantaléon - futuro Bispo de Verdun e Patriarca de Jerusalém - e este mostrou-se entusiasta das revelações de Juliana. Transcorridas algumas décadas, e já após a morte da santa vidente, quis a Divina Providência que ele fosse elevado ao Sólio Pontifício, em 1261, tomando o nome de Urbano IV. 

Encontrava-se esse Papa em Orvieto, no verão de 1264, quando chegou a notícia de que, a pouca distância dali, na cidade de Bolsena, durante uma Missa na Igreja de Santa Cristina, o celebrante - que passava por provações quanto à presença real de Cristo na Eucaristia - vira transformar- se em suas próprias mãos a Sagrada Hóstia em um pedaço de carne, que derramava abundante sangue sobre os corporais. 

A notícia do milagre espalhou-se rapidamente pela região. 

Informado de todos os detalhes, o Papa mandou trazer as relíquias para Orvieto, com a reverência e a solenidade devidas. 

E ele mesmo, acompanhado de numerosos Cardeais e Bispos, saiu ao encontro da procissão formada para conduzi-las à catedral. Pouco depois, em 11 de agosto do mesmo ano, Urbano IV emitia a bula Transiturus de hoc mundo, pela qual determinava a solene celebração da festa de Corpus Christi em toda a Igreja. 

Uma afirmação contida no texto do documento deixava entrever ainda um terceiro motivo que contribuíra para a promulgação da mencionada festa no calendário litúrgico: "Ainda que renovemos todos os dias na Missa a memória da instituição desse Sacramento, estimamos todavia, conveniente que seja celebrada mais solenemente pelo menos uma vez ao ano para confundir particularmente os hereges; pois, na Quinta-Feira Santa a Igreja ocupa-se com a reconciliação dos penitentes, a consagração do santo crisma, o lava-pés e muitas outras funções que lhe impedem de voltar-se plenamente à veneração desse mistério". 

Assim, a solenidade do Santíssimo Corpo de Cristo nascia também para contrarrestar a perniciosa influência de certas ideias heréticas que se alastravam entre o povo, em detrimento da verdadeira Fé.

Já no século XI, Berengário de Tours se opusera abertamente ao Mistério do Altar, negando a transubstanciação e a presença real de Jesus Cristo em Corpo, Sangue, Alma e Divindade nas sagradas espécies.

Segundo ele, a Eucaristia não passava de um pão bento, dotado de um simbolismo especial. 

E em inícios do século XII, o heresiarca Tanquelmo espalhara seus erros em Flandres, principalmente na cidade de Antuérpia, afirmando que os Sacramentos, e sobretudo, a Santíssima Eucaristia, não possuíam valor algum. 

Embora todas essas falsas doutrinas já estivessem condenadas pela Igreja, algo de seus ecos nefandos ainda se faziam sentir pela Europa cristã. 

Assim, Urbano IV não julgou supérfluo censurá-las publicamente, de modo a tirar-lhes todo prestígio e penetração.

A Eucaristia passa a ser o centro da vida cristã

A partir desse momento, a devoção eucarística desabrochou com maior vigor entre os fiéis: os hinos e antífonas compostos por São Tomás de Aquino para a ocasião - entre os quais o Lauda Sion, verdadeiro compêndio da teologia do Santíssimo Sacramento, chamado por alguns o credo da Eucaristia - passaram a ocupar lugar de destaque dentro do tesouro litúrgico da Igreja. 

No transcurso dos séculos, sob o sopro do Espírito Santo, a piedade popular e a sabedoria do Magistério infalível aliaram-se na constituição dos costumes, usos, privilégios e honras que hoje acompanham o Serviço do Altar, formando uma rica tradição eucarística.

Ainda no século XIII, surgiram as grandes procissões conduzin-do o Santíssimo Sacramento pelas ruas, primeiro dentro de uma âmbula coberta, e mais tarde exposto no ostensório. 

Também neste ponto o fervor e o senso artístico das várias nações esmeraram-se na elaboração de custódias que rivalizavam em beleza e esplendor, na confecção de ornamentos apropriados e na colocação de imensos tapetes florais ao longo do caminho a ser percorrido pelo cortejo.

Os Papas Martinho V (1417-1431) e Eugênio IV (1431-1447) concederam generosas indulgências a quem participasse das procissões. Mais tarde, o Concílio de Trento - no seu Decreto sobre a Eucaristia, de 1551 - sublinharia o valor dessas demonstrações de Fé: "O santo Sínodo declara que é piedoso e religioso o costume, introduzido na Igreja de Deus, de celebrar todos os anos com singular veneração e solenidade, em dia festivo e peculiar, este excelso e venerável Sacramento, levando-O em procissões por vias e locais públicos com reverência e honra".

O amor eucarístico do povo fiel não se restringiu, porém, a manifestações externas; pelo contrário, elas eram a expressão de um sentimento profundo posto pelo Espírito Santo nas almas, no sentido de valorizar o precioso dom da presença sacramental de Jesus entre os homens, conforme Suas próprias palavras: "Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo" (Mt 28, 20). 

O mistério de amor de um Deus que não só Se fez semelhante a nós para resgatar-nos da morte do pecado, mas quis, num extremo de ternura, permanecer entre os Seus, ouvindo seus pedidos e fortalecendo- os em suas tribulações, passou a ser o centro da vida cristã, o alimento dos fortes, a paixão dos santos. 

São Pedro Julião Eymard, ardoroso devoto e apóstolo da Eucaristia, exprimiu em termos cheios de unção esta celestial "loucura" do Salvador ao permanecer como Sacramento de vida para nós: "Compreende-se que o Filho de Deus, levado por Seu amor ao homem, tenha-Se feito homem como ele, pois era natural que o Criador tivesse interesse na reparação da obra saída de Suas mãos. Que, por um excesso de amor, o Homem-Deus morresse sobre a Cruz, compreende-se também. Mas o que já não se compreende, aquilo que espanta os débeis na Fé e escandaliza os incrédulos, é que Jesus Cristo glorioso e triunfante, depois de ter terminado Sua missão na terra, queira ainda permanecer conosco, num estado mais humilhante e aniquilado do que em Belém e no Calvário".

"Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa"

A Eucaristia é o maior e o mais sublime de todos os Sacramentos. Embora o Batismo, sob certo ponto de vista, mereça o primeiro lugar por nos introduzir na vida divina, tornando- nos filhos de Deus e participantes de Sua natureza, a Eucaristia supera-o quanto à substância, pois tratasse do verdadeiro Corpo, Sangue Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O próprio momento e as circunstâncias solenes em que foi instituído indicam sua importância e a veneração que Cristo queria infundir nas almas de seus discípulos por este admirável Sacramento. Para isto reservou Ele as últimas horas que Lhe restavam de convívio com os Apóstolos antes de caminhar para a morte, pois "as últimas ações e palavras que fazem e dizem os amigos no momento de se separar, gravam-se mais profundamente na memória e imprimem-se mais fortemente na alma".

Naqueles instantes - poder-se-ia afirmar - Seu adorável Coração pulsava com santa pressa de realizar, no tempo, aquilo que desde toda a eternidade contemplara em Sua ciência divina. 

Suas palavras "desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer" (Lc 22, 15), deixam transparecer claramente os inefáveis anseios de amor do Deus Encarnado por todos os homens, a"multidão de irmãos" (Rm 8, 29), pelos quais iria oferecer-Se naquela mesma noite. 

O desejo do Divino Mestre era de que o mistério de Seu Corpo e Sangue se perpetuasse pelos séculos futuros: "Fazei isto em memória de Mim" (Lc 22, 19). Entretanto, devemos considerar que já bem antes da Encarnação havia a Divina Providência multiplicado os símbolos e as figuras que permitiriam aos homens melhor compreender e amar este Sacramento. 

A este respeito, diz São Tomás de Aquino: "Este Sacramento é especialmente um memorial da Paixão de Cristo; e convinha que a Paixão de Cristo, pela qual Ele nos redimiu, fosse prefigurada para que a Fé dos antigos se encaminhasse ao Redentor".

Melquisedec: Símbolo e prenúncio do Supremo Sacerdote

Um dos sinais mais remotos da Eucaristia aparece no capítulo 14 do Gênesis, naquele personagem fascinante e misterioso que saiu ao encontro de Abraão quando este voltava de sua vitória contra os reis, e o abençoou, oferecendo pão e vinho. Melquisedec, "rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo" (Gn 14, 18), reunia em si as glórias da realeza, a santidade sacerdotal e o carisma profético.

Ele é bem o símbolo dAquele que mais tarde proclamaria diante de Pilatos: "Eu sou Rei" (Jo 18, 37) e a propósito do qual todos comentavam:"um grande profeta surgiu entre nós" (Lc 7, 16). 

Mas naquilo em que Melquisedec mostrou-se mais plenamente imagem de Cristo, foi na posse de um sacerdócio superior ao de Aarão, como está escrito na Carta aos Hebreus: "Se a perfeição tivesse sido realizada pelo sacerdócio levítico, [...] que necessidade havia ainda de que surgisse outro sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, e não segundo a ordem de Aarão? 

Isto se torna ainda mais evidente se se tem em conta que este outro sacerdote, que surge à semelhança de Melquisedec, foi constituído não por prescrição de uma lei humana, mas pela sua imortalidade. Porque está escrito: ‘Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquisedec'" (Hb 7, 11. 15-17). 

Jesus Cristo, porém, ao descer à terra, não mais oferece pão e vinho, como outrora Melquisedec, mas sim a oblação pura de Seu Corpo e Sangue: "Não Vos comprazeis em nenhum sacrifício, em nenhuma oferenda, mas formastes-Me um corpo: não desejais holocausto nem vítima de expiação. Então Eu disse: ‘Eis que venho'" (Sl 39, 7-8). Assim Ele levou à plenitude aquilo que Melquisedec apenas prenunciara.

O Cordeiro entregue à morte pelos pecados do povo

No Livro do Êxodo abundam as figuras que nos aproximam da Eucaristia. 

Encontramo-las, sobretudo, na ceia pascal, prescrita em suas minúcias pelo próprio Deus a Moisés, na qual deveriam os israelitas imolar um cordeiro sem defeito e comê-lo com pães ázimos ao cair da tarde. 

A este respeito, ensina o Doutor Angélico: "Neste Sacramento podemos considerar três aspectos: o que é o sinal sacramental, ou seja, o pão e o vinho; o que é realidade e sinal sacramental, ou seja, o verdadeiro Corpo de Cristo; e o que é só realidade, a saber, o efeito deste Sacramento. [...] O cordeiro pascal prefigurava este Sacramento sob os três aspectos. Quanto ao primeiro, porque era comido com pães ázimos, conforme a prescrição: ‘Comerão a carne com pães sem fermento'. Quanto ao segundo, porque era imolado no décimo quarto dia do mês por toda a multidão dos filhos de Israel: nisto era figura da Paixão de Cristo que por Sua inocência é chamado de cordeiro. Quanto ao efeito, porque pelo sangue do cordeiro pascal os filhos de Israel foram protegidos do anjo devastador e libertos da escravidão do Egito". 

O pão sem fermento, com o qual deviam os judeus comer a carne do cordeiro, representava também a integridade do Corpo de Cristo, concebido no seio puríssimo de Maria, sem mancha alguma de pecado, e que, após a morte, não experimentou a corrupção do sepulcro, como anunciara Davi: "Não permitireis que Vosso Santo conheça a corrupção" (Sl 15, 10).

Por isso o Salvador escolheu a noite da Páscoa, principal das festas judaicas, para deixar à humanidade Seu legado de amor, dando a entender que Ele mesmo é o Cordeiro imaculado, entregue à morte para tirar os pecados do mundo, por cujo sangue seria afastada a sentença de condenação que sobre nós pesava desde a queda de Adão e Eva. 

Aquela oferenda que os israelitas, reunidos em Jerusalém, imolavam sob as sombras de uma figura profética, o Senhor, rodeado de um punhado de discípulos, levava à perfeição, no exíguo ambiente do Cenáculo. 

Entretanto, aquilo que as circunstâncias obrigavam Jesus a realizar na escuridão, os Apóstolos deveriam, no momento propício, dizer às claras e publicar de cima dos telhados (cf. Mt 10, 27), de maneira que o Sacrifício da Nova Aliança substituísse definitivamente os antigos sacrifícios e fosse celebrado diariamente sobre todos os altares da terra. Cumprir-se-ia assim a palavra do Espírito Santo pronunciada pela boca de Malaquias: "Do nascente ao poente, Meu nome é grande entre as nações e em todo lugar se oferecem ao Meu nome o incenso, sacrifícios e oblações puras" (Ml 1, 11).

A respeito desta passagem profética, assim comenta Alastruey: "Estes, são, pois, os caracteres do novo culto vaticinados por Malaquias: universalidade absoluta de tempos e lugares; pureza objetiva da vítima em si, incapaz de ser manchada por indignidade alguma do ofertante; excelência insigne, da qual resultará uma grande glorificação de Deus entre os povos".

Alimento que reparava as forças e dava vigor

Outra imagem de grande eloquência é a do maná, ao qual o próprio Jesus faz alusão no sermão sobre o Pão da Vida, referido no capítulo sexto de São João. Este alimento branco e miúdo como a geada (cf. Ex 16, 14), contendo em si todos os sabores (cf. Sb 16, 20), que nutriu o povo eleito durante a longa viagem pelo deserto, é símbolo também do Pão do Céu, penhor da ressurreição futura, que alimenta todo cristão, dando-lhe as graças e a fortaleza necessárias para atravessar o deserto desta vida e chegar à Terra Prometida, ou seja, à Pátria Celeste.

"O maná - comenta ainda São Pedro Julião Eymard - que Deus fazia cair cada manhã sobre o acampamento dos israelitas, continha todos os gostos e propriedades; reparava as forças decaídas, dava vigor ao corpo e era um pão muito suave. Também a Eucaristia, prefigurada no maná, contém todo gênero de virtudes; é remédio contra nossas enfermidades, força contra nossas fraquezas cotidianas, fonte de paz, de gozo e felicidade".

A mesa revestida de ouro

Encontramos por fim, ainda no Êxodo, mais uma prefigura desse divino Sacramento, na ordem dada por Deus a Moisés para fazer uma mesa de madeira revestida de ouro puro, onde seriam colocados permanentemente diante do Senhor os pães sagrados ou pães da proposição. 

Aqueles pães, "porção santíssima" (Lv 24, 9) que só aos sacerdotes era permitido comer, exigiam a pureza ritual dos corpos (cf. I Sm 21, 4-5) e deviam ser consumidos "em lugar santo" (Lv 24, 9). 

De nós, se queremos nos aproximar da mesa da Eucaristia, exige-se uma purificação muito superior àquela prescrita pela Lei mosaica: nossa alma - animada por uma reta intenção e com o firme propósito de enveredar pelas vias da perfeição - deve estar livre de pecado mortal. 

De outro modo, esse inefável Sacramento será para nós causa de condenação: "Todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação" (I Cor 11, 27-29). 

Por outro lado, se os pães da proposição estavam reservados exclusivamente a Aarão e seus descendentes, Nosso Senhor Jesus Cristo, o verdadeiro Pão da proposição, oferece-Se em alimento a todos os fiéis, sem exceção, dando aos homens um privilégio do qual aos Anjos, por sua natureza, não é dado gozar. "Coisa admirável! Os pobres, os servos e os humildes comem o seu próprio Senhor" - canta-se no hino Sacris Solemnis, também composto por São Tomás de Aquino para a festa do Corpus.

A mesa de ouro sobre a qual se achavam os pães encerra outro simbolismo muito elevado: ela prefigura a Mãe de Deus, em cujo seio foi formado o Corpo de Jesus. Assim comenta o padre Jourdain: "Maria é a mesa mística magnificamente ornada e feita de madeira incorruptível, que Deus preparou para os que se comprazem na meditação das coisas divinas. Ela é a mesa santa e sagrada, portando o Pão da Vida, Jesus Cristo Nosso Senhor, o sustentáculo do mundo".

Muitos outros indícios do Sacramento da Eucaristia no Antigo Testamento poderiam ser mencionados: Abraão oferecendo seu filho Isaac em sacrifício (cf. Gn 22, 1-13); o pão cozido sob cinza, pelo qual Elias recobrou as forças para andar quarenta dias e quarenta noites até chegar ao Horeb, Monte de Deus (cf. I Rs 19, 5-8); a multiplicação dos pães operada pelo profeta Eliseu para alimentar cem pessoas (cf. II Rs 4, 42-44); etc.

Preparação próxima para a revelação da Eucaristia

Já no Novo Testamento encontramos três sinais insignes pelos quais o Salvador preparou as almas para o grande mistério cuja manifestação reservara para a véspera de Sua Paixão. 

Primeiro, a transmutação da água em vinho, nas bodas de Caná da Galileia, cujo efeito nos é relatado por São João: "manifestou a Sua glória, e os Seus discípulos creram nEle" (Jo 2, 11). 

Mais tarde, a multiplicação dos pães, pela qual Jesus saciou mais de cinco mil pessoas que O haviam seguido até o deserto (cf. Mt 14, 15- 21). 

A este segundo milagre sucedeu-se outro, poucas horas depois: estando os discípulos na barca, em meio ao mar agitado, viram Jesus aproximar-Se deles caminhando sobre as águas (cf. Mt 14, 24-33). 

Através desses prodígios, o Divino Mestre quis demonstrar o poder absoluto que possuía sobre o vinho e o pão, bem como sobre o Seu próprio Corpo.

Tão belos exemplos nos mostram como o Criador, enquanto divino Pedagogo, foi passo a passo preparando as mentalidades para a revelação do Sacramento da Eucaristia, eterno testemunho de Seu amor e Seu desejo de permanecer entre nós. 

Ajoelhemo-nos diante do Tabernáculo!

Quais devem ser nossa atitude e nossos sentimentos de alma ao considerarmos o extremo de bondade de Deus feito Homem que, tendo-Se encarnado, não abandonou a criatura resgatada por Seu Sangue, mas mantém-Se presente, assistindo e amparando todos os que dEle queiram se aproximar?

Ajoelhemo-nos diante do Tabernáculo ou, melhor ainda, diante do Ostensório, entreguemos a Jesus Sacramentado todo o nosso ser - nosso corpo com todos os seus membros e órgãos, nossa alma, com suas potências, suas qualidades e até as próprias misérias - e ofereçamos a Deus Pai o divino Sangue de Seu Filho, derramado na Cruz em reparação de nossas faltas.

De modo análogo aos raios do sol que, incidindo sobre o rosto, deixam-no corado e moreno, assim também, diante do Santíssimo Sacramento nossa alma recebe uma renovada infusão de graças, convidando-nos ao abandono total nas mãos de Jesus, por meio de Maria. 


Assim, nossas almas irão se transformando rumo à santidade para a qual Deus nos chama. E se em algum momento, as dificuldades da vida nos fizerem sentir desânimo ou aridez, lembremo-nos destas tocantes palavras do padre Faber: "Muitas vezes, quando o homem é tomado de desespero e assaltado por questões, dúvidas, desânimos e incertezas, em considerar a sua vida, e se sente cercado de inimigos, que lhe uivam ao redor, como feras furiosas, então um impulso, que é uma graça, o leva a ajoelhar-se ante o Santíssimo Sacramento e, sem que faça qualquer esforço, eis que todos aqueles clamores se afundam no silêncio. O Senhor está com ele: as vagas se aquietaram, a tempestade abateu-se e diretamente, sem embaraço, a viagem vai terminar no ponto procurado. Não foi necessário mais que olhar para a face de Jesus, e as nuvens se dissiparam e a luz se fez. O esplendor do Tabernáculo reaparece como o sol". 

Revista Arautos do Evangelho, Junho/2009, n. 90, p. 24 à 31
Irmã Clara Isabel Morazzani Arráiz, EP

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...