quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Catequese - XXVII Domingo Comum



Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XXVII Domingo do Tempo Comum – Ano B

XXVII Domingo 
Mc 10,2-16

"Chegaram os fariseus e perguntaram a Jesus, para o pôr à prova, se era permitido ao homem repudiar sua mulher.  Ele respondeu-lhes: "Que vos ordenou Moisés?"  Eles responderam: "Moisés permitiu escrever carta de divórcio e despedir a mulher."  Continuou Jesus: "Foi devido à dureza do vosso coração que ele vos deu essa lei;  mas, no princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher;  e os dois não serão senão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne.  Não separe, pois, o homem o que Deus uniu." Em casa, os discípulos fizeram-lhe perguntas sobre o mesmo assunto.  E ele disse-lhes: "Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira.  E se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério."  Apresentaram-lhe então crianças para que as tocasse; mas os discípulos repreendiam os que as apresentavam.  Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: "Deixai vir a mim os pequequinos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham.  Em verdade vos digo: todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará."  Em seguida, ele as abraçou e as abençoou, impondo-lhes as mãos."

Louvado seja o Nosso Senhor Jesus Cristo!



Neste domingo, a Palavra de Deus trata do matrimônio e de sua indissolubilidade. Eis aqui um tema que se tornou tabu nos tempos atuais e, por isso mesmo, precisa ser tratado com toda clareza pelos cristãos... Afinal, se o Evangelho não for sal e luz, para que serve?



Comecemos com o plano de Deus, descrito no Gênesis de modo figurado, como as parábolas que Jesus contava. São textos que não devem ser tomados ao pé da letra! Se lermos com atenção, perceberemos algo muito belo: Deus, à medida que vai criando, vê que tudo é bom... Ao criar o ser humano, vê que “era muito bom” (Gn 1,31). Mas, há algo na criação que o Senhor Deus viu que não era bom: “Não é bom que o homem esteja só”. Se o ser humano é imagem do Deus-Trindade, ele não foi criado para a solidão, mas deve viver em relação com outros: “Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja semelhante”. Notemos os detalhes tão belos da criação da mulher: (1) “O Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão”. Por quê? Para ficar claro que o homem não participou da criação da mulher; esta é tão obra de Deus quanto aquele. (2) “Tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne. Da costela tirada de Adão, o Senhor Deus formou a mulher”. A imagem é bela: tirada do lado do homem, como companheira e igual! (3) “E Adão exclamou: ‘Desta vez sim, é osso de meus ossos e carne da minha carne!’” É a primeira vez que o homem falou, na Bíblia! E sua palavra foi uma declaração de amor... não a Deus, mas à mulher que o Senhor Deus lhe dera de presente: osso de meus ossos, carne de minha carne... parte de mim, cara metade, outro lado do meu coração! E, finalmente, o preceito de Deus, inscrito no íntimo do coração humano pelo próprio Criador: “O homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne”. Pronto! Esta é o sonho de Deus para o amor humano!

Já aqui há três observações a serem feitas: (a) o laço de amor entre o homem e a mulher é superior a qualquer outro laço, inclusive aquele que liga pais e filhos: o homem e a mulher deixarão pai e mãe para ir ao encontro de sua esposa, de seu esposo. (b) Esta união, no sonho original de Deus, envolve a pessoa toda, corpo e alma: “serão uma só carne”! É uma união completa, abrangente, total: serão um só coração, um só sonho, uma só conta bancária, uma só casa, um só futuro, um só destino! (c) A relação matrimonial, no sonho de Deus, é uma relação entre um homem e uma mulher. Por isso mesmo, jamais os cristãos poderão equiparar a união entre homossexuais ao matrimônio! O respeito às pessoas homossexuais é dever de todos nós; o respeito pela consciência dessas pessoas, que têm o direito de dar o rumo que acharem justo às suas vidas, é obrigação nossa, é gesto de amor que Jesus espera de seus discípulos. Mas, equiparar a relação matrimonial a qualquer outra relação afetiva, sobretudo homossexual, nunca! Por fidelidade a Cristo, nunca! Por respeito ao plano de Deus, jamais! Hoje, no Direito, há uma forte corrente aqui no Brasil, que considera como sendo família qualquer união simplesmente afetiva: não importa se a união é entre marido e mulher, entre amigos ou entre duas pessoas do mesmo sexo. Para nós cristãos, tal concepção é inaceitável! A família, para nós, não é uma realidade simplesmente natural, mas tem sua raiz no próprio plano de Deus. A família é uma realidade também teológica! É preciso escutar o que Deus tem a dizer sobre a família! O problema é que nossa sociedade já não é cristã; é pagã e pensa e age como pagã; é atéia e age como se Deus não existisse... Nossa sociedade acha que o homem é a medida de todas as coisas, o senhor do bem e do mal, do certo e do errado. Isso é absolutamente inaceitável para o cristão!

Agora podemos compreender a palavra de Jesus no Evangelho! Naquele tempo havia o divórcio... E Jesus, que é tão misericordioso, condena sua prática: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés”permitiu o divórcio! “No entanto, no princípio da criação Deus os fez homem e mulher... Já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” É uma palavra que parece dura, e os próprios discípulos tiveram dificuldades em compreender... como muitíssimos a têm hoje em dia. Compreendamos! Jesus veio para reconduzir este mundo ferido pelo pecado ao plano original de Deus. Ora, o sonho de Deus para o amor conjugal é que ele seja uma entrega total e plena, no amor indissolúvel, fiel e fecundo. Este é o ideal que Jesus aponta aos seus discípulos! Na perspectiva de Jesus, o divórcio é contrário ao plano de Deus para o amor humano! Por isso mesmo, o matrimônio abraçado por um cristão e uma cristã, no Senhor Jesus, é indissolúvel! Aqui é preciso deixar claro que a Igreja não tem autoridade para ensinar ou fazer diferente! Seria trair o Senhor! Surgem, no entanto, algumas questões sérias e graves:

(1) Como prometer amor por toda a vida, se nosso coração é inconstante? Primeiramente é necessário recordar que o matrimônio cristão somente pode ser abraçado na fé, sabendo os esposos que jamais a graça de Cristo lhes faltará. Com toda certeza, o Senhor haverá de conduzir os esposos no caminho do amor. Isto, no entanto, de modo algum, dispensa os esposos de cultivarem esse amor, com o diálogo, os gestos de carinho e de perdão, de compreensão e de atenção. Amor não é só sentimento: o amor não nasce de repente, não é fatal, não é cego, nem morre de repente. O amor pode e deve ser cultivado, cuidado. Como dizia São João da Cruz: “Onde não há amor, semeia amor e colherás amor”. A grande ilusão do mundo atual é pensar que o amor se reduz a sentimento, que não precisa ser cuidado nem cultivado! Confunde-se amor com paixão!

(2) Como fazer uma aliança para sempre, se esta depende não só de mim, mas também da outra pessoa? A questão é séria e, para nós, cristãos, deve ser pensada na fé. O matrimônio entre cristãos é sinal, é sacramento, do amor entre Cristo e a Igreja. São Paulo explica este mistério de modo belíssimo no capítulo quinto da Carta aos Efésios: marido e mulher devem se amar como Cristo e a Igreja (cf. Ef 5,21-32). Ora, este amor foi selado na cruz e na ressurreição; é amor pascal, amor que envolve morte e vida! A indissolubilidade não deveria ser vista como um fardo, mas como uma proposta de um Deus que crê no homem que criou; um Deus que nunca brinca com o amor, um Deus que aposta na nossa capacidade, quando aberta à sua graça! Ora, este amor-doação matrimonial, imagem daquele outro, entre Cristo e a Igreja, certamente terá a marca da cruz. As dificuldades conjugais, para o cristão, têm o nome de cruz, cruz que, assumida com amor e por amor, é transformada em alegria e plenitude de ressurreição. Aqui não se trata somente de palavras bonitas, mas de uma realidade impressionante: quem capitula, quem desiste ante as dificuldades, nunca plantará um amor no sentido cristão! A presença de Cristo na união conjugal não exclui as crises, as dificuldades, a incompatibilidade de temperamentos e até mesmo os erros na escolha do cônjuge! Mas tudo isso, por quanto doloroso possa ser, pode se tornar, em Cristo, um modo libertador e eficaz de participar com generosidade e desapego da cruz do Senhor e caminho de felicidade! “Loucura! Insanidade! Demência!” – dirá o mundo! Mas, a linguagem da cruz é loucura para o mundo! A sabedoria da cruz é tolice para o mundo! Nunca esqueçamos isso! Mas, para quem crê, é poder de Deus e sabedoria de Deus! (cf. 1Cor 1,18; 3,18-20). O problema é que as pessoas casam como os cristãos, mas não crêem nem vivem como os cristãos! Que fique bem assentado: o sonho de Deus em Cristo para o matrimônio é a indissolubilidade! 

(3) E os nossos irmãos e irmãs que fracassaram na aliança conjugal e estão numa nova união? É uma situação dolorosa. Se são cristãos de verdade, a coisa é primeiramente difícil para eles. Não nos compete julgar suas intenções e sua história! Compete-nos respeitá-los e acolhê-los com espírito fraterno, ajudando-os a viver esta nova união do melhor modo possível. Isto, no entanto, não significa aprovação da separação nem da nova união. Mas, simplesmente, respeito pela história, pela consciência e pelo mistério da vida e das opções de cada irmão e de cada irmã. Mesmo porque, quem estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. Cuidado, irmãos: não coloquemos fardos na vida dos outros! 

Que o Senhor socorra as famílias e fortaleça no amor os esposos cristãos, fazendo-os simples como as crianças, capazes de acolher a proposta do Cristo para o matrimônio e que, nas dificuldades, recordem-se que Cristo, autor da nossa salvação, também foi levado à consumação passando pelos sofrimentos. Que nossos sofrimentos, unidos aos dele, sejam semente e penhor de vida eterna. Amém.

Quem de nós estará pronto para escutar o que o Senhor diz, mesmo quando nos contraria? Quem de nós hoje terá a coragem de dizer de todo coração: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta”? (1Sm 3,10) Ou, como o Salmista, exclamar: “Meu coração se inclina a fazer vossa vontade para sempre e até o fim”? (Sl 118) – Sim, caríssimos em Cristo, porque as palavras do Senhor neste hoje são duras para nossos mundanos ouvidos desses tempos atuais! Acompanhemos o nosso Salvador no Evangelho que ouvimos. 

Os fariseus perguntam a Jesus sobre o divórcio. Moisés, na Lei, no Antigo Testamento, o permitia. “E tu, Jesus, que dizes?” Pois bem, caríssimos, para nossa surpresa, o nosso Jesus, tão bom, tão suave, tão misericordioso, não permite tal prática. Sua sentença é sem apelo: “O que Deus uniu, o homem não separe! Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério conta a primeira. E se a mulher se divorciar de seu marido casar com outro, cometerá adultério”. São palavras quase insuportáveis hoje em dia, mesmo entre cristãos, não é verdade, caríssimos? 

Mas, por que Jesus é tão radical? Por que fechou o que a Lei do Antigo Testamento já havia aberto? Eis o motivo: Cristo é aquele que vem para tirar o pecado do mundo e fazer novas todas as coisas. Sua missão é implantar o Reino de Deus, destruindo o reino de Satanás, reconduzindo tudo ao plano original de Deus para a sua criação. E esse plano tem muito a dizer sobre o homem, sobre sua vida afetiva, sexual e social. Escutamos o Senhor ao responder aos fariseus: “No princípio não era assim...” – eis a chave para compreender o pensamento de Cristo! Ele não faz acordo com o pecado, ele não faz concessões à malandragem humana. Misericórdia, sim; compaixão, sim também; traição ao plano original de Deus, nunca! 

E qual era esse plano? Primeiro: “Não é bom que o homem esteja só.” Fomos criados para a comunhão, para amar e sermos amados. É claro que isso se realiza de um modo excelente no matrimônio; mas não só. Toda forma de abertura de coração, todo amor sincero, todo serviço desinteressado dá alegria à vida, refrigera o coração e nos faz transparência da imagem de Deus que é amor infinito. O “não é bom que o homem esteja só”não se refere somente ao casamento – tanto que o próprio Senhor Jesus, depois de falar sobre o casamento, no Evangelho de São Mateus (cf. 19,10-12), fala sobre o celibato daqueles que se fazem eunucos por amor do Reino dos Céus, como ele próprio se fez... Mas, que fique bem assentado: o plano de Deus é que vivamos abertos para os outros e para a criação, que vivamos em comunhão, nesse jogo maravilhoso de dar e receber afeto, dar e receber amor... Quem não sabe amar e não sabe se deixar amar, adoece, desumaniza-se e macula a imagem de Deus em si mesmo: “Quem não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (1Jo 4,8). 

Há um segundo aspecto do plano de Deus para o amor humano: na sua dimensão conjugal-sexual, ele deve ser necessariamente um amor heterossexual. Aqui é necessário dizer claramente, sem deixar margem alguma para dúvidas: a divina revelação afirma com firmeza e Jesus reafirma sem titubeios que “Desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher”. Isto significa que não faz parte do plano de Deus a relação homossexual. É algo absolutamente estranho ao plano do Criador, tanto que na própria geografia do corpo humano está inscrita essa mensagem: o homem é para a mulher e a mulher é para o homem. O que passa disso, é fruto da realidade pecaminosa e quebradiça em que a humanidade se encontra. Certamente, os homossexuais merecem nosso profundo respeito e não se pode culpar alguém por ter tendência homoerótica. Mas, isso não significa justificar moralmente uma realidade que o Senhor claramente reprova. A prática homossexual não é condizente com o plano de Deus para o amor humano e é contra a reta razão! Por isso, o “não” decidido e irrevogável da Igreja ao casamento homossexual. Este somente embolaria o sentido do que é uma família e do que é a norma natural. As exceções que devem ser toleradas por respeito pelas pessoas nunca devem ser louvadas e aprovadas! Cristão, diante do lobby pró-gay, nunca deves esquecer: “Desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Homem e mulher ele os criou, à sua imagem ele os criou!” Portanto, respeito pelos outros, sim; mascaramento da verdade de Cristo e da reta ordem moral, nunca! 

O que mais? Recordando o Gênesis, “no princípio”, Jesus endossa a belíssima convicção de que homem e mulher têm a mesma dignidade: ambos vivem do mesmo sopro divino; a mulher foi tirada do lado do homem, como alguém que deve estar ao seu lado, como companheira de igual dignidade e valor. Nem machismo brutamontes, nem feminismo alucinado! Não deve existir contraposição entre os sexos, mas sim complementaridade. Este é o plano de Deus. 

Ainda um outro aspecto. Notem, amados em Cristo, como Deus institui a família: o homem e a mulher, num amor aberto à vida: “O homem deixará seu pai e sua mãe e s dois serão uma só carne”. Que coisa: um deixar, um encontrar, um unir-se, um gerar vida! “Crescei e multiplicai! Dominai a terra!” (Gn 1,28)Compreendeis, caríssimos? Não se pode destruir a família, não se pode mudar o conceito de família! Família á aquilo que Deus sonhou como sendo família e o Cristo nosso Senhor confirmou, elevando o matrimônio à dignidade de sacramento, santificando-o com a sua graça! Que tristeza a dessacralização, a banalização da família atualmente! Que miséria reduzir-se o matrimônio a um mero contrato humano! Que desfiguração da dignidade familiar reduzir o lar a gente vivendo junto, sem respeito, sem oração, sem diálogo, sem obediência, sem amor, sem Deus! No plano de Deus, toda família é santa, todo lar é sagrado! 

Por último: o matrimônio, base da família, alicerce da sociedade, é indissolúvel. Assim Deus sonhou, assim Cristo-Deus confirmou: “Não separe o homem o que Deus uniu!” Palavras duras - pensamos nós... Não! Corações duros – deveríamos dizer! Que ninguém se iluda (e há muitos cristãos que gostam de se iludir!): o matrimônio entre dois cristãos, uma vez consumado na união sexual, é indissolúvel diante de Deus! O problema, caríssimos, é que o amor não se mantém e não cresce se não o cultivarmos pelo diálogo, a admiração mútua, a convivência amorosa, o perdão, os sonhos sonhados juntos, a entrega cotidiana, nas grandes e pequenas ocasiões. O mundo atual quer colher amor onde amor não plantou! 

Palavras difíceis, não são, caríssimos? E, no entanto, a elas devemos a obediência da fé, porque são palavras do nosso Salvador, nosso único Mestre! Quem pode acolher tais palavras? Jesus diz no Evangelho de hoje: quem tiver um coração de criança. “Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele!” Ter coração de criança é deixar-se conduzir pelo Senhor, é acolher confiantemente a sua palavra a nosso respeito, mesmo quando esta nos é difícil. Mas, não o conseguiremos sem a disposição para sofrer com Cristo, para nos deixar a nós mesmo. A Carta aos Hebreus, na segunda leitura de hoje, nos apresenta Jesus “coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte” e afirma que “pela graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte” e foi levado “à consumação por meio dos sofrimentos”. Caríssimos, não nos iludamos: jamais compreenderemos as exigências do Evangelho, jamais teremos a força de abraçá-las, se não estivermos dispostos a participar do sofrimento e das renúncias do Cristo Jesus; aquelas mesmas que o fizeram estar agora coroado de glória. Ele que vive e reina pelos séculos. Amém.

Dom Henrique Soares da Costa


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