sábado, 14 de julho de 2012

São Tarcísio - Mártir da Eucaristia, puro e humilde de coração


Tarcísio era acólito, isto é, coroinha na Igreja em Roma, servia no altar nos serviços secundários, acompanhava o próprio santo padre o Papa na celebração da Santa Missa. No decorrer da perseguição do Imperador Romano Valeriano, muitos cristãos foram presos e condenados à morte. Era costume levar (as escondidas) a Eucaristia  aos cristãos que estavam presos para reanimá-los na fé.

Um dia, às vésperas de um martírio de cristãos foi preciso que levasse a Eucaristia a eles. O problema era a falta de pessoas que pudessem ter a coragem de passar pelos soldados romanos para levá-la.

Foi quando Tarcísio se ofereceu e disse: "Deixe-me levar a Eucaristia, estou pronto. Posso passar pelos pagãos sem ser percebido, ainda sou uma criança". Mas o Santo padre o Papa Sisto II temia-lhe a morte, tinha medo de que os pagãos o obrigasse  a entregar a Eucaristia a eles e o matassem.

Mas Tarcísio respondeu ao Santo padre dizendo que preferia a morte do que entregar a Eucaristia a eles. E disse essas palavras: "Prefiro a morte que trair meu Senhor!"

O Papa Sisto II então entregou-lhes a Eucaristia dizendo: "Aqui está Jesus, que levarás aos nossos irmãos prisioneiros. Que Ele te acompanhe, vai meu filho!"

E ninguém havia reparado aquele menino que caminhava um tanto fora da rua com as mãos sobre o peito, guardando seu bem mais precioso: O Santíssimo Sacramento!

Passando por uma rua chamada Via Ápia, ia dizendo bem baixinho “Que bom que está comigo Jesus, saiba que nunca te abandonarei”.  Lá encontrara alguns garotos chamaram-no para brincar, mas Tarcísio se recusou dizendo que estava levando um recado urgente. Os garotos insistiram... tentando descobrir o que Tarcísio levava. Diante da recusa os garotos ameaçaram empurrá-lo, ele porém resistia, porque sabendo que eram pagãos poderiam profanar o Corpo de Cristo. 

Sua resistência fez aumentar a ira dos garotos e descobriram que era um cristão... então começaram a lhe dar pontapés e pedradas. Tarcísio caiu ao chão, todo ensanguentado e a brutalidade foi tamanha que o levou à morte.

As mãos de Tarcísio continuava protegendo o Santíssimo Sacramento. Para surpresa de todos surge ali um soldado que às escondidas frequentava o culto dos cristãos. Os garotos ao verem que o soldado se aproximava fugiram... deixando ali o pobre garoto ferido e agonizando. Ele porém, levantou-o do chão e exclamou surpreso e muito comovido: "É o Tarcísio! já o vi nas catacumbas fazendo orações!"

O pequeno mártir não resistiu e morreu nos braços do soldado com as mãos sobre o peito apertando ainda mais a Santíssima Eucaristia.
Esta é a história desse pequeno acólito que com mais ou menos doze anos tanto amou Jesus Sacramentado que deu sua vida à protegê-Lo. Ele é para nós hoje um exemplo a ser seguido.

Mensagem do Papa Bento XVI - 04 de Agosto de 2010

Queridos e queridas coroinhas, o testemunho de São Tarcísio e essa bela tradição nos ensinam o profundo amor e a  grande veneração que devemos ter pela Eucaristia: é um bem precioso, um tesouro, cujo valor não se pode medir, é o Pão da vida, é Jesus mesmo que se faz comida, sustento e força para o nosso caminho de cada dia e caminho aberto para a vida eterna; é o maior dom que Jesus nos deixou.

Dirijo-me a vós aqui presentes e, por meio de vós, a todos os coroinhas do mundo! Servi com generosidade a Jesus presente na Eucaristia. É uma tarefa importante, que vos permitis estar particularmente próximos ao Senhor e crescer em uma amizade verdadeira e profunda com Ele. Guardai zelosamente esta amizade no vosso coração, como São Tarcísio, prontos a comprometer-vos, a lutar e dar a vida para que Jesus chegue a todos os homens. Também vós comuniqueis aos vossos pares o dom dessa amizade, com alegria, entusiasmo, sem medo, a fim de que possam sentir que vós conheceis este Mistério, que é verdadeiro e que o amais! 

Toda vez que vos aproximais do altar, tendes a oportunidade de auxiliar no grande gesto de amor de Deus, que continua desejando se doar a cada um de nós, a ser-nos próximo, a dar-nos força para viver bem. Com a consagração – vós o sabeis - aquele pequeno pedaço de pão torna-se o Corpo de Cristo, aquele vinho torna-se Sangue de Cristo! Sois afortunados de poder viver de perto este inefável mistério! Desempenhai com amor, com devoção e com fidelidade o vosso compromisso de coroinhas; não entreis na igreja para a Celebração com superficialidade, mas preparai-vos interiormente para a Santa Missa! Ajudando os vossos sacerdotes no serviço ao altar, contribuis para tornar Jesus mais próximo, de modo que as pessoas possam se sentir e tornem-se melhores: Ele está aqui; vós colaborais a fim de que Ele possa estar mais presente no mundo, na vida cotidiana, na Igreja e em toda a parte. 

Queridos amigos! Vós emprestais a Jesus as vossas mãos, os vossos pensamentos, o vosso tempo. Ele não deixará de recompensá-los, dando-vos a verdadeira alegria e fazendo-vos sentir onde está a felicidade mais plena. São Tarcísio mostrou-nos que o amor pode levar-nos até mesmo o dom da vida por um bem autêntico, pelo verdadeiro bem, pelo Senhor.

A nós, provavelmente, não é pedido o martírio, mas Jesus nos pede a fidelidade nas pequenas coisas, o recolhimento interior, a participação interior, a nossa fé e o esforço de manter presente este tesouro na vida de todos os dias. Pede-nos a fidelidade nas tarefas diárias, o testemunho do Seu amor, frequentando a Igreja movidos por uma convicção interior e pela alegria da Sua presença. Assim, podemos também dar a conhecer aos nossos amigos que Jesus vive. Nesse compromisso, nos ajude a intercessão de São João Maria Vianney, do qual hoje recorre a memória litúrgica, deste humilde Pároco da França, que transformou uma pequena comunidade e, assim, doou ao mundo uma nova luz. O exemplo dos santos Tarcísio e João Vianney incentive-nos todos os dias a amar Jesus e a fazer a Sua vontade, como fez a Virgem Maria, fiel ao Seu Filho até o fim.

Atualizado em 8 de maio de 2013

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